Quinta do Vallado ganha novo sócio nos vinhos

Teak Capital, o family office da família Moreira da Silva, junta às suas participações o negócio dos vinhos e do turismo da família Ferreira.

É a união de duas famílias pelos negócios e tem potencial para dar frutos de ambos os lados. A família Ferreira, descendente de Dona Antónia Adelaide Ferreira, vendeu 50% do capital da Quinta do Vallado à Teak Capital, um acordo concretizado na segunda-feira e que está ainda sujeito à aprovação da Autoridade da Concorrência, mas que pode potenciar ambos os grupos.

“A concretização deste acordo surge na melhor altura. Temos atrás de nós 15 anos de saltos qualitativos e quantitativos extraordinários. Chegou a altura de darmos mais um salto diferenciador”, diz João Ferreira Alvares Ribeiro, CEO da Quinta do Vallado. E Carlos Moreira da Silva, CEO da Teak Capital, confirma: “O nosso desafio é o de, agora, conseguir contribuir para acelerar o ritmo de crescimento deste negócio sem esquecer as suas bases de valor e de diferenciação que estão relacionadas com a qualidade, com as terras e com os seus ativos turísticos.”

Quando o negócio for confirmado, a materialização está já totalmente desenhada. A gestão executiva da Quinta do Vallado continuará a ser assegurada por João Álvares Ribeiro e Francisco Ferreira, atuais gerentes, juntando-se à administração dois membros não executivos a nomear pela Teak Capital. O chairman continuará a ser escolhido pela família Ferreira e João Álvares Ribeiro acumulará o cargo de CEO durante os próximos seis anos, explicam as empresas, que decideiram dar este passo para melhor responder aos desafios e abordar oportunidades que se perspetivam nos vinhos e no turismo, potenciando o valor de uma das mais importantes marcas do Douro.

“A partilha desta responsabilidade com um grupo com grande experiência de gestão e forte capacidade financeira vai permitir desenvolver mais depressa todos os projetos delineados. As exportações, que têm crescido de ano para ano, serão um dos focos da expansão, alargando aqueles que são hoje os principais mercados da Quinta do Vallado — Estados Unidos, Suíça, Reino Unido, Suécia, Macau e Brasil”, concretizam as companhias.

”Crescemos muito em Portugal e nos mercados internacionais. Hoje, temos mais vinha, uma vasta equipa de colaboradores especializados e, pelo caminho, desenvolvemos um forte pilar turístico que fortalece a marca e é uma importante fonte de receitas”, diz João Ferreira Álvares Ribeiro. “A entrada de um sócio foi, por isso, estudada a fundo. A oportunidade de juntarmos à Quinta do Vallado uma grande empresa nacional como a Teak vai, certamente, trazer grandes benefícios”, acredita o CEO.

Family office da família Moreira da Silva, a Teak Capital foi fundada em 1997 e tem vindo a diversificar a sua carteira de ativos, com principal foco no investimento direto em ativos industriais de qualidade, “com potencial de crescimento e equipas de gestão fortes, mas também com investimentos diversos em outras classes de ativos que incluem a saúde, educação, fundos de private equity e infraestruturas, imobiliária” e, mais recentemente um projeto de longo prazo na área florestal e agroflorestal que conta com uma área de intervenção de cerca de 6500 hectares.

”Este investimento vem unir a nossa vocação industrial à vertente florestal e agrícola que a Teak tem vindo a desenvolver no seguimento de uma série de aquisições nessa classe de ativos”, confirma agora Carlos Moreira da Silva. “O que mais nos entusiasma é o facto de contarmos com uma marca forte, bem construída e sustentada em produtos de alta qualidade. A história e a reputação de uma marca destas é um ativo irrepetível que deve ser potenciado”, diz, o CEO da Teak Capital.

A Quinta do Vallado tem registado um forte crescimento de atividade e vendas ao longo da última década e meia, em particular nos últimos anos. Nos exercícios de 2020 a 2023, o EBITDA aumentou mais de 30% e o volume de negócios na área turística mais do que duplicou, segundo a empresa, que se expandiu igualmente nos vinhos, coração da atividade. A área de vinha já se desenvolve em 130 hectares, tendo beneficiado da aquisição recente de onze hectares contíguos à Quinta do Vallado, que integravam uma importante parcela das vinhas da Quinta do Cotto, onde, até agora, era produzido o vinho Quinta do Cotto, Grande Escolha.

Resultados e liderança na inovação no sector dos vinhos e do turismo puseram mesmo a Quinta do Vallado, desde junho 2020, na lista de case studies usados no MBA do INSEAD.