OMS pede investimento internacional para preparar combate a próxima pandemia
Tedros Ghebreyesus considera que a pandemia de covid-19 demonstrou “o incrível poder da vigilância, genómica, diagnóstico, vacinas e terapêuticas”, mas também “expôs lacunas e fraquezas no ecossistema global”.
O secretário-geral da Organização Mundial de Saúde, Tedros Ghebreyesus, considera que o investimento na Coligação para a Inovação na Preparação para Epidemias (CEPI) vai preparar o mundo para uma próxima pandemia e reduzir desigualdades no combate a nível mundial. O responsável falava durante a Cimeira Internacional de Preparação para Pandemias, que pretende mobilizar a comunidade internacional para financiar a CEPI com 3.500 milhões de dólares (3.000 milhões de euros) na missão de reduzir para 100 dias o tempo de desenvolvimento de novas vacinas nos próximos cinco anos, incluindo de combate a novas variantes de covid-19.
“A pandemia (covid-19) ensinou-nos o incrível poder da vigilância, genómica, diagnóstico, vacinas e terapêuticas. Mas também expôs lacunas e fraquezas no ecossistema global. (…) Precisamos fortalecer os esforços para desenvolver, avaliar e distribuir vacinas, testes e tratamentos da forma mais rápida e equitativa possível quando um novo patógeno surgir”, afirmou durante a conferência.
Segundo Ghebreyesus, a pandemia covid-19 mostrou como “a ciência pode ampliar as desigualdades em vez de reduzi-las”, referindo o facto de 83% da população africana ainda não ter recebido uma única dose de vacina contra a covid-19.
“A igualdade não pode ser deixada para as forças do mercado ou boa vontade ou correntes geopolíticas que mudam. (…) Perante uma ameaça global, nenhuma organização ou agência de um único país pode agir sozinha”, vincou.
A Cimeira a decorrer em Londres reúne líderes de Governo, representantes da indústria, filantropos, académicos e activistas da sociedade civil para debater formas de cumprir nos próximos cinco anos a missão de desenvolver vacinas em 100 dias, lançada pelo Reino Unido durante a presidência do G7 em Junho de 2021 e apoiada pelos líderes do G7 e G20.