Nas eleições legislativas de 10 de março, escolhemos para primeiro-ministro Luís Montenegro ou Pedro Nuno Santos. Para mim, a escolha é fácil e óbvia: Luís Montenegro.

Entendo que quem não serviu para ministro, por maioria de razão, não deve ser primeiro-ministro. Pedro Nuno Santos é o radical que enquanto deputado achava que os banqueiros alemães tremem se os ameaçarmos de que não pagamos as dívidas. É aquele que enquanto ministro autorizou – levianamente – uma indemnização indevida de 500 mil euros a Alexandra Reis, gestora da TAP. Foi também ele que de forma intempestiva decidiu a localização do novo aeroporto, desrespeitando o primeiro-ministro, António Costa, que foi obrigado a revogar esse despacho, humilhando publicamente o seu ministro.

A sucessão de casos, erros e omissões graves obrigaram Pedro Nuno Santos a demitir-se. Estes factos são motivos fortíssimos e suficientes para não se votar no Partido Socialista nas próximas eleições. Infelizmente, há mais más razões. Pedro Nuno Santos, enquanto ministro, foi incompetente e desleixado, como prova, por exemplo, o enorme atraso na ferrovia, a gestão desastrosa na TAP e os péssimos resultados na habitação. É preciso muito descaramento para afirmar “salvei a TAP” quando, para isso, “sacou” 3200 milhões de euros do bolso dos portugueses.

A inimputabilidade de que os socialistas, em Portugal, usufruem tem de acabar. Repare-se no descaramento: o governo, Pedro Nuno Santos e o ministro da Educação, diziam – antes de serem marcadas eleições – que a proposta de Luís Montenegro para a reposição da contagem do tempo de serviços aos professores não se poderia concretizar. Depois de marcadas, o mesmo ministro da Educação e Pedro Nuno Santos já defendem essa possibilidade. A incompetência, descaramento, leviandade e desleixo não podem ser premiados.

As eleições legislativas de 10 de março ocorrem por culpa exclusiva do governo do PS. Há uma chuva de milhões da Europa, dispunham de maioria absoluta na Assembleia da República e de um Presidente da República cooperante. No entanto, António Costa, preocupado com os equilíbrios internos dentro do PS, escolheu ministros incompetentes e desleixados que contribuíram para a queda do governo. A governação socialista nunca planeou o futuro de Portugal e foi sempre feita a pensar na sua sobrevivência política, quer do ponto de vista coletivo quer do individual.

Luís Montenegro tem sólidas provas dadas na vida política e profissional. Enquanto líder parlamentar do governo de Pedro Passos Coelho, trabalhou com competência na gestão e acompanhamento transversal das matérias dos diversos ministérios. Foi esse governo que salvou Portugal da bancarrota que o governo socialista tinha deixado como herança. Luís Montenegro fez, enquanto líder partidário, propostas para área da saúde, educação, habitação e redução da carga fiscal. Não adivinhava que o governo iria cair, mas fazia propostas positivas demonstrando competência, solidez e responsabilidade.

Eurodeputado do PSD

Artigo publicado na edição do NOVO de sábado, dia 13 de janeiro