Ursula von der Leyen fez hoje, pela primeira vez desde sábado, uma distinção entre o ataque do Hamas e a população palestiniana, defendendo que “o terror” também está a ameaçar “os inocentes palestinianos”.

“Quero deixar bem claro que o Hamas é o único responsável por aquilo que está a acontecer. Os atos do Hamas não têm nada a ver com as legítimas aspirações da população palestiniana. Pelo contrário, o horror desencadeado pelo Hamas só está a trazer mais sofrimento aos inocentes palestinianos”, sustentou em comunicado a presidente da Comissão Europeia, depois de um encontro com Benjamin Netanyahu, em Telavive.

Ursula von der Leyen e Roberta Metsola deslocaram-se hoje a Israel para demonstrar a solidariedade da União Europeia para com a população israelita, depois de um ataque surpresa levado a cabo pelo Hamas no último fim de semana e que foi considerado o pior na história do país.

A presidente da Comissão Europeia foi alvo de críticas nos últimos dias por não se ter pronunciado sobre o povo palestiniano e sobre a retaliação israelita contra o Hamas, que já provocou mais de mil mortos na Faixa de Gaza, território controlado pelo movimento islamita desde 2007.

“Eles [palestinianos] também estão ameaçados. As ações desprezíveis do Hamas são o cunho dos terroristas”, acrescentou.

Indo ao encontro das posições manifestadas por outros responsáveis internacionais nos últimos dias, que reconheceram o direito de Israel à sua defesa mas de forma proporcional e no respeito pela lei internacional, Ursula von der Leyen frisou: “Sei que a maneira como Israel responder vai mostrar que é uma democracia”.

A líder do executivo comunitário acrescentou que ao longo da semana esteve “em contacto com o Rei Abdullah II da Jordânia e o Presidente El-Sisi do Egito” e que os 27 vão continuar “a trabalhar para um Médio Oriente integrado e pacífico”, advertindo que as ações do Hamas “arriscam afetar a reaproximação histórica entre Israel e os seus vizinhos árabes”.

Perante Netanyahu, von der Leyen sugeriu que pode ser propositada a perpetuação do conflito israelo-palestiniano, e de outros naquela região.

“Devíamos observar com atenção aqueles que ganham com a perpetuação do conflito no Médio Oriente, como o Irão e a Rússia. É altura de trabalhar ainda mais de perto com Israel e com os países da região pela estabilidade e contra o terror”, concluiu.