Ursula von der Leyen agradeceu hoje ao Parlamento Europeu o “resultado muito melhor” do que na eleição de 2019, indicando que se vai concentrar na constituição da sua equipa de comissários.

“Não posso começar sem expressar o quanto estou grata pela confiança da maioria do Parlamento Europeu, com 401 votos a favor. Lembram-se da última vez, em que houve oito votos acima da maioria necessária, mas desta vez o resultado foi muito melhor”, disse a presidente da Comissão Europeia, à margem da sessão plenária da assembleia europeia, em Estrasburgo.

Falando em conferência de imprensa depois de ter sido hoje reconduzida no cargo por mais cinco anos – com 401 votos favoráveis dos eurodeputados na votação em plenário, acima dos 360 necessários –, von der Leyen destacou que tal apoio “envia uma forte mensagem de confiança”, nomeadamente após o “trabalho árduo dos últimos cinco anos”, em que a União Europeia enfrentou desafios como os da pandemia de covid-19 e da guerra da Ucrânia causada pela invasão russa.

Questionada sobre a aproximação aos Conservadores, nomeadamente do partido Irmãos de Itália, de  Giorgia Meloni, além do diálogo com socialistas e liberais, von der Leyen argumentou disse que “o resultado mostra que a abordagem foi a correta”.

“Trabalhámos arduamente durante toda a campanha eleitoral e para juntar todas as forças democráticas e ter uma maioria no centro para uma Europa forte e, por conseguinte, a abordagem de incluir todos aqueles que são a favor da Europa, da Ucrânia, do Estado de Direito (…) foi a correta”, vincou Ursula von der Leyen.

Nestas curtas declarações à imprensa, a presidente eleita da Comissão Europeia mencionou ainda os próximos passos.

“Vou concentrar-me agora na constituição da minha equipa de comissários para os próximos cinco anos e, nas próximas semanas, pedirei aos líderes [da UE] que apresentem os seus candidatos. Tal como da última vez, escreverei uma carta e solicitarei a proposta de um homem e de uma mulher como candidatos, sendo que a única exceção, tal como da última vez, é quando há um comissário em exercício nesse Estado”, elencou.

Ursula von der Leyen precisou que, de seguida, irá “entrevistar os candidatos a partir de meados de agosto para escolher os candidatos mais bem preparados e que partilhem o compromisso europeu”.

“Mais uma vez, o meu objetivo será conseguir uma quota-parte igual de homens e mulheres no colégio de comissários”, adiantou.

A votação de hoje ocorreu na primeira sessão plenária da nova legislatura da assembleia do Parlamento Europeu, com Ursula von der Leyen a conquistar 401 votos favoráveis, 284 contra, 15 abstenções e sete inválidos.

Primeira mulher na presidência da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen foi aprovada pelo Parlamento Europeu em julho de 2019 com 383 votos a favor, numa votação renhida, em que não era candidata. Ursula von der Leyen é presidente da Comissão desde dezembro de 2019 e foi a candidata cabeça de lista do PPE nas eleições europeias de junho.

Na sequência das eleições de junho e das recentes alterações partidárias no Parlamento Europeu, o PPE é o grupo que dispõe de mais lugares (188), seguido pelos Socialistas (136) e pela nova família política de extrema-direita Patriotas pela Europa (84). De acordo com a mais recente distribuição da assembleia europeia, os Conservadores e Reformistas ocupam 78 assentos, os Liberais um total de 77, seguidos pelos Verdes (53) e pela Esquerda (46).

Os 401 votos favoráveis correspondem, aliás, à soma dos três partidos incluídos no acordo sobre os cargos de topo da União Europeia – PPE, Socialistas e Liberais –, sendo que nem todos os eleitos destas bancadas votaram a favor da recondução de Von der Leyen. Ainda antes do voto, os Verdes anunciaram que iriam apoiar a reeleição da responsável.