Ursula von der Leyenadiou para a próxima terça-feira a apresentação, em Estrasburgo, da sua equipa para um segundo mandato à frente da Comissão Europeia, depois de a Eslovénia ter trocado de candidato para candidata pela ambicionada paridade.

Depois de ter começado, no final de agosto, a entrevistar os nomes propostos pelos Estados-membros da União Europeia para comissários europeus, von der Leyen tinha previsto apresentar esta quarta-feira a sua proposta de equipa e de atribuição de pastas, mas, segundo fontes europeias ouvidas pela Lusa, isso só acontecerá no dia 17 de setembro, à margem da sessão plenária do Parlamento Europeu.

Fonte oficial do executivo comunitário confirmou à Lusa o adiamento por uma semana, para a próxima terça-feira, justificando que “o governo esloveno informou a Comissão de que o parlamento esloveno irá emitir o seu parecer sobre o candidato proposto para o cargo de comissário na sexta-feira”, sendo que “só depois desta etapa é que a nomeação do candidato estará completa e será oficial”.

Já fonte oficial da Comissão Europeia indicou à Lusa que, por esta razão, “a Comissão solicitou ao Parlamento Europeu que adiasse a apresentação da presidente Von der Leyen à conferência de presidentes sobre a composição do futuro colégio até que a lista de nomeados esteja completa”.

A mesma fonte oficial garantiu que a instituição, que terá de dar aval à equipa de Von der Leyen, “está pronta para iniciar o processo de audições”.

Para esta quarta-feira de manhã estava marcada uma reunião entre Ursula von der Leyen e a conferência de presidentes do Parlamento Europeu, mas o encontro passa agora para dia 17 de setembro em Estrasburgo. São os eurodeputados que dão aval ou chumbam os candidatos.

A presidente da Comissão Europeia, que lidera a instituição desde 2019 e vai agora iniciar um segundo mandato até 2029, estipulou como um dos objetivos para o seu colégio de comissários a paridade, mas inicialmente a maioria dos países avançou com nomes masculinos de candidatos.

Foi o caso da Eslovénia que, apesar de ter proposto inicialmente o candidato Tomaž Vesel, trocou esta segunda-feira – o que ditou o atraso – para Marta Kos. Uma mudança semelhante fez a Roménia, ainda que há mais dias, ao ter passado do candidato Victor Negrescu para Roxana Mînzatu.

Fontes europeias justificam as duas alterações com pressões para igualdade de género junto dos países mais pequenos.

De momento, 11 dos 28 nomes propostos para comissários europeus no próximo ciclo institucional são mulheres (sendo que a Bulgária apresentou dois nomes, de um homem e de uma mulher, algo que tinha sido pedido por Von der Leyen).

Na semana passada, questionada sobre o assunto, Ursula von der Leyen admitiu que alcançar a paridade na sua próxima equipa será “um percurso difícil”, mas ainda o defende.

“É um percurso difícil, sem dúvida, mas isso não altera em nada a minha convicção e a minha determinação”, declarou Ursula von der Leyen, vincando que, ao longo da sua carreira política tem vindo a “lutar para que as mulheres tenham acesso a posições de decisão e de liderança”.

Ursula von der Leyen está agora a fechar a sua equipa para o próximo mandato das instituições europeias, de 2024 a 2029, depois de todos os países terem apresentado os seus candidatos. Alguns países propuseram os atuais comissários para fazerem um segundo mandato: Alemanha, Croácia, França, Hungria, Letónia, Países Baixos e Eslováquia.

Portugal propôs a antiga ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque, que segundo fontes europeias já foi entrevistada pela líder do executivo comunitário.

Entre final de setembro e início de outubro, devem realizar-se as audições públicas no Parlamento Europeu aos nomes propostos para novos comissários europeus, cabendo à assembleia europeia dar o aval final em plenário para, mais tarde, a nova Comissão Europeia tomar posse.

Se todos os nomes propostos tivessem luz verde imediata do Parlamento Europeu, o novo colégio de comissários poderia tomar posse já a 01 de novembro, mas com uma rejeição esse prazo já passaria para 01 de dezembro, dado o tempo necessário para o país em causa propor um novo nome e esse candidato ser entrevistado por Ursula von der Leyen e ouvido em audição na assembleia europeia.

No que toca à sua equipa executiva, a presidente da Comissão Europeia é responsável pela escolha e pela atribuição das diferentes pastas tendo em conta a dimensão geográfica do país, as competências dos candidatos e as suas preferências, após nomeações feitas pelos países.

Ursula von der Leyen foi reeleita, em julho passado, presidente da Comissão Europeia por mais cinco anos.

A política alemã de centro-direita é presidente da Comissão desde dezembro de 2019, sendo a primeira mulher no cargo, e foi a candidata cabeça de lista do Partido Popular Europeu nas eleições europeias de junho.

Eis a lista completa, tendo em conta as atuais nomeações:

Ursula von der Leyen (presidente, da Alemanha)
Kaja Kallas (Alta Representante para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança e vice-presidente executiva, da Estónia)
Michael McGrath (Irlanda)
Teresa Ribera (Espanha)
Magnus Brunner (Áustria)
Costas Kadis (Chipre)
Dubravka Šuica (Croácia)
Jozef Síkela (República Checa)
Henna Virkkunen (Finlândia)
Thierry Breton (França)
Apostolos Tzitzikostas (Grécia)
Olivér Várhelyi (Hungria)
Valdis Dombrovskis (Letónia)
Andrius Kubilius (Lituânia)
Christophe Hansen (Luxemburgo)
Glenn Micallef (Malta)
Wopke Hoekstra (Países Baixos)
Piotr Serafin (Polónia)
Roxana Mînzatu (Roménia)
Maros Sefcovic (Eslováquia)
Marta Kos (Eslovénia)
Jessika Roswall (Suécia)
Maria Luís Albuquerque (Portugal)
Dan Joergensen (Dinamarca)
Raffaele Fitto (Itália)
Julian Popov e Ekaterina Zaharieva (Bulgária)
Hadja Lahbib (Bélgica)