Após o caucus do Iowa, os candidatos republicanos partem agora para dois importantes debates televisivos e as primárias de New Hampshire, Nevada e outras, que poderão dar a corrida a Donald Trump antes da Super Terça-Feira, em março.
A confortável vitória de Donald Trump nos caucus do Iowa não trava as aspirações de Ron DeSantis, o governador da Florida, e de Nikki Haley, ex-embaixadora, que ficaram em segundo e terceiro lugar no primeiro embate, respetivamente, e que prometem mais fôlego para as próximas etapas eleitorais dos republicanos.
Para trás ficou, para já, Vivak Ramaswamy que abandonou a corrida eleitoral, depois de ter ficado em quarto lugar, como menos de 10% dos votos, tendo manifestado o seu apoio a Donald Trump.
O ex-presidente norte-americano perde, desta maneira, uma das poucas vozes que nos debates televisivos, em que decidiu não participar, expressavam sintonia com algumas das suas bandeiras eleitorais, pela proximidade ideológica com Ramaswamy.
No Iowa, o magnata, de 77 anos, que responde por quatro acusações criminais, deixou os principais rivais, o governador da Florida, Ron DeSantis, e a antiga governadora da Carolina do Sul e ex-embaixadora na ONU Nikki Haley, para trás, arrecadando 51,1% com quase 100% dos votos contados, de acordo com a France-Presse e a EFE.
Uma diferença de quase 30% em relação ao segundo lugar, ocupado por DeSantis (21,2%) e bastante superior à terceira posição, ocupada por Haley (19,1%).
“Agora é o momento (…) de o nosso país se unir”, disse Trump aos apoiantes reunidos num ambiente festivo em Des Moines, capital deste estado do Midwest norte-americano.
Donald Trump apresentou de seguida o programa eleitoral, com promessas de “fechar a fronteira” com o México e perfurar mais poços de petróleo.
Nos caucus do Iowa são distribuídos 40 delegados à convenção republicana, de onde sairá o candidato presidencial.
DeSantis e Haley serão agora os principais protagonistas dos dois próximos debates, na próxima quinta-feira e no domingo, ambos em New Hampshire, estado em que se realizam as próximas primárias do partido, no dia 23.
No dia 8 de fevereiro, os republicanos terão das primárias do Nevada e, a 24, partirão para as primárias na Carolina do Sul (que os democratas realizarão no dia 3 desse mês), antes das primárias do Michigan (27), as últimas antes da Super Tuesday, a 5 de março, o mais importante dia no processo de nomeação presidencial, em que se escolhe um terço dos delegados à convenção.
As sondagens dizem que antes da Super Tuesday, os republicanos já devem ter o candidato escolhido e que esse candidato deverá ser Donald Trump, que já pensa no embate contra Biden, para as eleições de dia 5 de novembro.
As atenções agora centram-se no estado de New Hampshire, onde os candidatos esperam encontrar um clima mais ameno, depois das temperaturas árticas em que decorreram os caucus do Iowa, e mais um ambiente político mais esclarecido, depois da folgada vitória de Trump.
Nikki Haley não conseguiu ficar em segundo lugar no Iowa, mas não se mostrou muito preocupada, apesar do esforço financeiro que fez na campanha deste estado, e DeSantis vai tentar aproveitar o seu estatuto de segundo classificado para impor a sua estratégia de confronto mais direto com Trump, que tem acusado de não ser suficientemente conservador.
Contudo, para se distinguirem de Trump, Haley e DeSantis continuam a reconhecer que precisavam de poder combater diretamente em ambiente televisivo com o ex-presidente, o que Trump lhes negou com a sua ausência nos palcos de debate, alegando que não precisa dessa exposição pública.
O confronto promete transferir-se para as redes sociais, onde, sobretudo, DeSantis tem sido muito agressivo, e para as ruas, com as equipas de candidatura a prometerem uma campanha em New Hampshire e Nevada quase de porta-a-porta, sabendo da importância de motivar os eleitores a uma participação ativa no processo eleitoral, até para preparar o terreno para a difícil campanha contra os democratas.