O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, acusou esta sexta-feira, 24 de maio, a União Europeia (UE) e a NATO de estarem a preparar a Europa para entrar na guerra na Ucrânia, acrescentando que defende um acordo de paz.

“O que está a acontecer hoje em Bruxelas e em Washington é uma espécie de preparação da atmosfera para um eventual conflito armado direto. Poderíamos dizer que é a preparação da entrada da Europa na guerra”, disse Orbán, em declarações à rádio pública Kossuth.

Tanto a UE como a NATO já afirmaram diversas vezes que não procuram um confronto com a Rússia.

Orbán disse que o presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que a Rússia não poderia vencer a guerra e que a Polónia planeia abater, com as suas próprias armas, mísseis russos que atacam infraestruturas civis na Ucrânia.

“Esta é uma operação de comunicação em preparação para uma ação de guerra”, disse Orbán, garantindo ainda que o dia 9 de junho — data das eleições para o Parlamento Europeu – decidirá entre a paz e a guerra.

O governo húngaro, o aliado mais próximo de Moscovo na UE, garante que é a favor de um acordo de paz com a Rússia, mesmo que isso signifique que a Ucrânia desista do território capturado, e que não apoiará uma Ucrânia armada.

Sobre a Aliança Atlântica, Orbán explicou que “a Hungria é o país que cumpre com os estatutos da NATO. A NATO é uma aliança de defesa e os seus estatutos não falam de ações militares fora do seu território”.

A NATO operou diversas vezes fora do seu território, em missões na Bósnia ou na Líbia, algumas delas com o apoio das Nações Unidas, embora a legalidade internacional do seu ataque às posições sérvias em 1999, durante o conflito no Kosovo, tenha sido questionada.

O primeiro-ministro húngaro — em campanha pelo seu partido às eleições europeias — disse que “o planeamento da guerra está a ser desenvolvido na sede da NATO”.

Por esta razão, Orbán reiterou que espera que, nas eleições europeias, os cidadãos enviem para o Parlamento Europeu deputados que sejam a favor de um acordo de paz com a Rússia.

“Isso deve ser alcançado e o mesmo deve acontecer nas eleições dos Estados Unidos” em novembro, reiterou.