O diretor-geral de Reinserção e Serviços Prisionais reconheceu este domingo, 8 de setembro, que há um problema de falta de guardas prisionais, que é geral, ressalvando, contudo, que no sábado estavam 33 guardas em Vale de Judeus, ligeiramente acima do recomendado.
Rui Abrunhosa falava numa conferência de imprensa realizada na sede do Sistema de Segurança Interna (SIS), em Lisboa, tendo sido questionado sobre se a falta de meios na prisão de Vale de Judeus terá contribuído para a fuga de cinco presos considerados “muito perigosos”.
“Não é por aí, embora eu reconheça que o problema da falta de guardas prisionais é um problema de todos os sistemas. Isso está muito claro”, afirmou o diretor-geral, acrescentando que não é por causa desta fuga que são necessários mais guardas, mas por ser evidente que faltam guardas.
No sábado, o efetivo em Vale de Judeus era de 33 guardas prisionais, número que está ligeiramente acima do recomendado.
“A cadeia contava à altura com 33 elementos da guarda prisional”, o que “é à partida o número normal que um estabelecimento destas características e com este numero de reclusos justifica ter”.
Vale de Judeus, referiu, tem um efetivo de 150 guardas prisionais, dos quais cerca de 15 se encontram ausentes de baixa por doença, e outros tantos de férias.
Cinco reclusos evadiram-se do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus no sábado, 7 de setembro.
Os evadidos são dois cidadãos portugueses, Fernando Ribeiro Ferreira e Fábio Fernandes Santos Loureiro, um cidadão da Geórgia, Shergili Farjiani, um da Argentina, Rodolf José Lohrmann, e um do Reino Unido, Mark Cameron Roscaleer, com idades entre os 33 e os 61 anos.
Foram condenados a penas entre os sete e os 25 anos de prisão, por vários crimes, entre os quais tráfico de droga, associação criminosa, roubo, sequestro e branqueamento de capitais.
De acordo com a DGRSP, foi aberto um processo de inquérito interno, a cargo do Serviço de Auditoria e Inspeção, coordenado pelo Ministério Público.