A Comissão Europeia (CE) anunciou este sábado que vai triplicar “imediatamente” a ajuda humanitária que concede à Faixa de Gaza para atingir um valor superior a 75 milhões de euros.
“A Comissão aumentará imediatamente o montante atual da ajuda humanitária planeada para Gaza, em 50 milhões de euros. Isto elevará o total para mais de 75 milhões de euros”, afirmou a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, num comunicado, após uma conversa com o secretário-geral da ONU, António Guterres.
A política alemã sublinhou que “a Comissão apoia o direito de Israel de se defender contra os terroristas do Hamas, no pleno respeito pelo direito humanitário internacional”.
Von der Leyen visitou Israel na sexta-feira e transmitiu às suas autoridades a total solidariedade da União Europeia após os ataques do movimento islamita Hamas.
“Sei que a resposta de Israel mostrará que é uma democracia”, disse Von der Leyen falando aos meios de comunicação social, ao lado do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, na qual não referiu que esta reação deveria ser feita de acordo com a lei humanitária internacional.
No anúncio deste sábado de mais ajuda para Gaza, a presidente da comissão disse que continuarão a “colaborar estreitamente com a ONU e as suas agências para garantir que esta ajuda chegue àqueles que dela precisam” naquele território.
“Estamos a trabalhar arduamente para garantir que os civis inocentes em Gaza recebam ajuda neste contexto”, realçou.
Por sua vez, o Comissário Europeu para a Ajuda Humanitária, Janez Lenarcic, afirmou no comunicado que a Comissão “está a fazer tudo o que está ao seu alcance para fornecer ajuda humanitária aos civis na Faixa de Gaza”.
“Esta triplicação do apoio humanitário da UE ajudará a garantir que os civis em Gaza possam satisfazer as suas necessidades básicas. É essencial que seja garantido o acesso seguro e sem restrições à ajuda humanitária”, concluiu.
Hoje termina o prazo dado pelas forças israelitas para que um milhão de pessoas se retirem do norte da Faixa de Gaza em direção ao sul perante uma operação militar iminente, um ultimato que o alto representante comunitário dos Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, considerou “ perigoso” e “praticamente impossível”.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, visitou hoje os ‘kibutz’ de Beeri e Kfar Azza, a sua primeira visita desde o massacre cometido pelo Hamas contra os seus habitantes.
Na visita fechada aos ‘kibutz’ (antigas aldeias agrícolas coletivas), Netanyahu viu as casas destruídas tanto pelos ataques das milícias do Hamas como pelos mísseis lançados a partir da Faixa de Gaza e reuniu-se com os militares israelitas na zona, incluindo o comandante da Brigada Paraquedista, coronel Ami Biton, relatou o jornal Yedioth Aharonoth.
No seu encontro com os militares, Netanyahu disse aos soldados que “a continuação da ofensiva [contra o Hamas] está em curso” quando se aguarda uma possível incursão terrestre em grande escala na Faixa de Gaza, a primeira desde a operação Chumbo Fundido, em 2008.
O Hamas também anunciou um novo ataque contra o aeroporto internacional Ben Gurion e contra Ashdod e Ashkelon, sem relatos de vítimas até agora.
O Governo israelita tem sido alvo de duras críticas por parte da oposição, que denunciou a total falta de preparação das autoridades face ao ataque sem precedentes do Hamas. Neste momento, Israel está com um Governo de emergência por acordo entre Netanyahu e o agora ministro sem pasta Benny Gantz, que também visitou as cidades do sul e prometeu fazer todo o possível para encontrar os desaparecidos e raptados pelo Hamas.
O grupo islamita Hamas lançou há uma semana um ataque surpresa contra Israel com milhares de roquetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.
Em resposta, Israel bombardeou a partir do ar várias infraestruturas do Hamas na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
Os ataques já provocaram milhares de mortos e feridos nos dois territórios.
Nas últimas horas, um ultimato israelita à população do norte de Gaza provocou a fuga de centenas de milhares de habitantes de uma região que conta com 1,1 milhões de pessoas, ou seja, metade da população total do enclave, devido ao receio de uma iminente incursão terrestre em grande escala do exército israelita.