O Tribeca Festival escolheu Lisboa como ponto de partida para a sua expansão na Europa e a noite de abertura no MAAT foi marcada pelo entusiasmo face à junção do entretenimento português e americano num só festival.
Jane Rosenthal, co-fundadora do festival e CEO do Tribeca Enterprises, considera que a capital portuguesa tem vivido um renascimento criativo nos últimos anos, com investimentos significativos na cultura e na infraestrutura artística.
“De cineastas e músicos ao novo museu de arte contemporânea, uma nova geração de artistas está a emergir e é uma honra estarmos aqui convosco”, afirmou.
Por seu turno, Robert de Niro confessou, ainda na passadeira vermelha, que se sente bastante feliz por ter trazido o Tribeca para Lisboa. Confrontado com a sensação de trazer o seu mais recente filme, Ezra, o ator afirmou apenas que fazia sentido dada a história, deixando espaço para o espectador refletir sobre o que quereria dizer. O filme é exibido este sábado, às 14 horas, no palco World Stories, com a presença do ator, do produtor Jon Kilik, Adrienne Ackerman e Rui Pedro Tendinha para falar do filme.
Até sábado, o festival oferece uma programação repleta de momentos dedicados ao entretenimento, refletindo sobre o seu presente e futuro no Beato Innovation District. Durante os dois dias haverá conversas, exibições de filmes e séries, transmissões de podcasts ao vivo e concertos ao final de cada dia, com um painel que junta estrelas nacionais e internacionais.
Várias destas personalidades pisaram a passadeira azul do Tribeca para dar as boas-vindas ao festival em Lisboa e celebrar o talento do entretenimento durante os dois dias de programação.
Uma das estrelas foi Patty Jenkins, realizadora de Wonder Woman, que confessou ter pena de não fazer um terceiro filme da saga. Apesar disso, sente-se entusiasmada com novos projetos e pelo festival, onde é uma das oradoras, na conversa Empowerment and Representation Matters: The Art of Storytelling Through Feminine Lenses, no palco principal no primeiro dia.
A cerimónia abertura contou com discursos de Francisco Pedro Balsemão, CEO da Impresa; Robert de Niro e Jane Rosenthal, fundadores do Tribeca Festival; e Carlos Moedas, presidente da Câmara de Lisboa.
Francisco Pedro Balsemão admitiu que a melhor parte do evento é efetivamente esta junção das culturas, é um ato de fé, de partilha de conhecimento e curiosidade que defende estar no ADN português. Além disso, o CEO do grupo Imprensa agradeceu a todos aqueles que tornaram o festival possível e a todos os presentes.
Robert de Niro contou a história da expansão do Tribeca Festival, afirmando que a escolha de Lisboa se deve à sua “forte herança cultural”. O ator e realizador elogiou a gastronomia português, considerando a capital portuguesa um espaço bonito, onde se pode conhecer pessoas bonitas para falar sobre a sétima arte e apreciá-la juntos. De Niro brincou ainda com o facto de os norte-americanos terem procurar de novos locais para viver se Donald Trump for eleito, vincando a sua posição face ao candidato republicano.
A CEO do Tribeca Enterprises, Jane Rosenthal sublinhou a riqueza da cidade a nível cultural, algo que sente que vai ao encontro dos princípios do Festival Tribeca. Além de elogiar aqueles que fizeram possível fazer esta edição do festival, reforçou a ideia, em conjunto com De Niro, da comunhão entre a arte portuguesa e americana, deixando claro que este festival é uma celebração de culturas e não apenas uma montra de filmes americanos. A intenção é tornar o Tribeca num festival internacional, que alia a cultura americana com a de outros países.
Carlos Moedas explicou como foi trazer o Tribeca Festival para Lisboa e da sua viagem a Nova Iorque para oficializar a expansão internacional do evento. Lembrando que completa três anos de mandato à frente da autarquia, fez uma retrospetiva dos seus objetivos para a cidade, onde o Tribeca Festival acabou por surgir como uma oportunidade que não estavas nos seus planos, mas que vai ao encontro da sua missão de colocar Lisboa no mapa e ser um centro de inovação.
“Vieram com algo que para mim é muito importante: a identidade e a alma. A identidade de Lisboa e do festival de cinema de Tribeca tem a ver com essa identidade, tem a ver com o facto de acreditarmos que devemos viver num mundo com diversidade, com pessoas diferentes, com ideias diferentes sobre inclusão e que devemos partilhar as nossas ideias e ter discussões. Quando não concordamos, é aí que realmente prosperamos, é aí que nos tornamos mais tolerantes. Se pensarmos da mesma maneira, tornamo-nos mais extremistas e mais populistas. Não queremos isso, queremos ser o porto seguro”, defendeu o presidente da Câmara Municipal de Lisboa.
O Festival começa hoje e termina amanhã com uma grande oferta para todos os entusiastas pela 7ª arte e o mundo do entretenimento.
Editado por João G. Oliveira