A Transparência Internacional, com sede em Berlim, condenou o mandado de captura emitido pelas autoridades russas contra o seu diretor, Ilya Shumanov, que integra a lista de agentes estrangeiros desde outubro de 2022.
“O ataque a Shumanov faz parte de uma estratégia mais ampla para intimidar e desmantelar as organizações que desafiam a corrupção e promovem a transparência”, afirmou a ONG em comunicado, recordando o caso de Alexei Navalny, que morreu sob custódia na região ártica de Yamalia-Nenetsia.
O presidente da ONG, François Valerian, apelou à comunidade internacional para condenar “inequivocamente” estas ações da Rússia e “defender os direitos dos que lutam pela justiça e pela boa governação”.
A Transparência Internacional recordou que, desde a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022, a “repressão” da sociedade civil na Rússia aumentou, com as autoridades a impor leis que restringem os direitos à liberdade de expressão, de associação e de reunião pacífica.
“Apoiamos Ilya Shumanov e todos aqueles que lutam corajosamente pela transparência, pela responsabilidade e pela luta contra a corrupção em ambientes cada vez mais hostis”, referiu a ONG, acrescentando o empenho em apoiar os colegas que trabalham “sob ameaça”.
O Ministério da Justiça da Federação da Rússia inscreveu Shumanov no registo de agentes estrangeiros individuais a 21 de outubro de 2022. O nome de Shumanov foi incluído no sábado na base de dados de mandados de captura.
Em julho, um tribunal de Moscovo aplicou-lhe uma multa de 100 mil rublos (cerca de 979 euros) por não ter identificado a organização como “agente estrangeiro” nos seus materiais publicados na Internet.
A Transparência Rússia faz parte da organização internacional Transparência Internacional, com sede em Berlim, e em território russo está incluída na lista de agentes estrangeiros.