Toni defrontou Artur Jorge quando ainda eram juniores – no Anadia e no FC Porto, respetivamente –, antes de partilharem balneário, primeiro na Académica e mais tarde no Benfica.

O antigo jogador e treinador recordou o companheiro, deixando uma palavra para a família e amigos, com quem partilha “esta hora de dor profunda que todos sentimos”.

“É um pouco de nós que também parte. Há uma relação que começou ainda éramos juniores, eu no Anadia e ele no FC Porto, onde travámos confrontos, e depois acabámos por vestir a mesma camisola na Associação Académica [de Coimbra] e depois no Benfica”, lamentou Toni, em declarações ao NOVO.

“Sabendo que a doença que tinha a cada dia que passava o minando e sabendo que era uma ‘morte anunciada’, é um dia muito triste para o futebol português, mas que não apaga o contributo que deu, primeiro como jogador e depois como treinador”, acrescenta, sublinhando a “página de ouro no FC Porto, ao ser o primeiro treinador português a ser campeão europeu”.

Toni sublinha também a ação de Artur Jorge fora das quatro linhas.

“Esta é a parte da história que todos conhecem: a do futebolista, treinador e selecionador nacional”, lembrou Toni. “Mas quero também relevar a história do Artur Jorge cidadão: foi um homem de lutas. Foi muito graças a ele e outros que foi possível formar o Sindicato de Jogadores… Esteve nas lutas académicas de Coimbra e depois no movimentos que se ligou”.

“A sua intelectualidade… O livro Vértice da Água revela uma faceta de um homem que, além do futebol, era um homem culto. São traços que deixam saudade”, rematou Toni.