O Conselho Editorial do The New York Times publicou hoje uma mensagem em que pede aos cidadãos dos Estados Unidos para “porem fim à era Trump”.
“Vocês já conhecem Donald Trump. Não está apto para liderar. Observem-no. Escutem aqueles que o conhecem melhor. Já tentou subverter uma eleição e continua a ser uma ameaça para a democracia”, refere o editorial de quatro parágrafos e com palavras sublinhadas, publicado na primeira página do jornal norte-americano.
O texto do Conselho Editorial do jornal é acompanhada de várias notícias publicadas pelo próprio The New York Times sobre a administração do ex-presidente, que se prolongou entre 2017 e 2021.
O jornal acrescenta ainda que Donald Trump, enquanto presidente, “ajudou a anular a decisão judicial Roe [sobre a liberdade das mulheres grávidas de escolherem a interrupção voluntária da gravidez]” o que, segundo a publicação, provocou “consequências terríveis”.
“A corrupção e a ilegalidade de Trump vão além das eleições: são a ética. Ele mente sem limites. Se for reeleito, o Partido Republicano não o vai parar”, declara, acrescentando que o candidato republicano – que enfrenta Kamala Harris nas eleições de hoje – pode usar, em caso de vitória, “a administração para perseguir os opositores” e que pode vir “a adotar uma política cruel de deportações”.
Para o The New York Times, uma eventual vitória de Donald Trump pode atingir os mais pobres, a classe média e os trabalhadores em geral, assim como prejudicar as políticas de proteção ambiental e “destruir alianças”.
Os meios de comunicação social norte-americanos costumam posicionar-se politicamente e apoiar editorialmente um dos candidatos às eleições presidenciais sendo que o The New York Times apoiou os democratas em eleições anteriores.
Esta tradição de tomar posição emitindo uma nota editorial de apoio a um dos candidatos foi quebrada na semana passada pelo Washington Post, quando o proprietário, o bilionário Jeff Bezos, criador da Amazon, decidiu não apoiar nenhum dos candidatos.
Numa coluna de opinião, Bezos disse que a maioria dos norte-americanos “acredita que os meios de comunicação social são tendenciosos”, sublinhando que a decisão de não apoiar a candidatura de Kamala Harris ou Donald Trump é a mais correta.
O jornal, que tem tido uma linha editorial muito dura com Trump, apoiou Hillary Clinton em 2016 e Joe Biden em 2020, ambos candidatos contra o magnata republicano.
Esta decisão causou problemas ao jornal, com a perda de milhares de assinantes e demissões na sua equipa editorial.
O Los Angeles Times também não quis posicionar-se a favor de nenhum candidato nestas eleições. A revista New Yorker foi uma das primeiras publicações a apoiar Harris, recordando o assalto ao Capitólio em 2021 e acusando Trump de ser um “agente do caos” e um “inimigo da democracia liberal”.