O ministro das Infraestruturas disse hoje que o processo de privatização da TAP aberto pelo anterior governo não foi fechado pelo atual, adiantando que o calendário não está definido e que esta é uma fase de recato.
“O calendário [da privatização da TAP] não está definido, mas deixe-me dizer-lhe, senhora deputada: o processo está aberto, foi aberto pelo anterior governo, e este governo não o fechou”, afirmou o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, na Assembleia da República, no debate sobre política sectorial.
O governante respondia a questões da deputada da Iniciativa Liberal Mariana Leitão sobre a calendarização do processo de privatização da TAP, realçando os 3.200 milhões de euros de ajuda de Estado que a companhia aérea recebeu quando entrou em dificuldades devido à pandemia de covid-19.
Miguel Pinto Luz disse que o processo se encontra numa fase de recato, sublinhando que “não é publicamente” que se trata da questão, lembrando a sua participação na privatização anterior, levada a cabo pelo governo liderado por Pedro Passos Coelho.
O ministro lembrou ainda que, entre as verbas destinadas à CP e Metro do Porto, entre outros, “são mais de 10 mil milhões de euros”. “Eu sei, a TAP é mais uma paixão, mas olhe que há outras paixões mais caras”, vincou.
O Estado detém a totalidade do capital da companhia aérea de bandeira portuguesa, depois de ter aumentado a sua participação quando a TAP entrou em dificuldades devido ao impacto da pandemia de covid-19.
O processo de reprivatização arrancou em setembro passado, quando o anterior governo, socialista, aprovou as condições da venda, mas ficou em suspenso após a demissão do primeiro-ministro, António Costa, e a convocação de eleições antecipadas para 10 de março, que deram a vitória à Aliança Democrática (PSD/CDS-PP e PPM).
No programa de governo, entregue na Assembleia da República, o executivo de Luís Montenegro comprometeu-se a “lançar o processo de privatização do capital social da TAP”, sem avançar mais detalhes.
Os três grandes grupos de aviação europeus — Air France-KLM, o grupo hispano-britânico IAG e a alemã Lufthansa — manifestaram interesse na privatização.