Surma vai apresentar o disco alla numa digressão de cinco datas nos Estados Unidos, onde viverá nas próximas semanas, para frequentar um curso intensivo de verão de sonoplastia e composição. Os concertos acontecem a partir de quarta-feira em espaços de Los Angeles, Brooklyn, Boston e Nova Iorque, na sequência de contactos que a própria fez.

“Esta digressão aconteceu um bocadinho assim em cima do joelho”, assumiu à agência Lusa.

Após ter sido aceite para estudar em Berkeley, Los Angeles, “num curso de film scoring, ou seja, de sonoplastia, para trabalhar com orquestras e trabalhar a escrita de canções e de composição”, a artista portuguesa arriscou vários contactos para, em paralelo à formação, mostrar a sua música nos Estados Unidos.

“Fiz uma pesquisa enorme em várias venues de Los Angeles, Boston e Nova Iorque, onde bandas de que gosto imenso já tocaram, e acabou por correr muito, muito bem”. A partir de Portugal, “pus-me assim à maluca a mandar emails, uns 50 por dia, e acabei por ter imensa sorte”.

“Várias venues responderam até eu acabar por ter de fazer uma seleção, porque algumas [datas] calhavam no mesmo dia. Tive muita sorte por a malta confiar em mim, não conhecendo o meu trabalho”, contou.

Para Surma, faz “todo o sentido juntar um mais um”, complementando o curso com a mini digressão que lhe permitirá “apresentar o [seu] trabalho nos Estados Unidos”. “Aconteceu muito naturalmente, tive muita sorte”, reforçou.

Na quarta-feira, Surma atua no Permanent Records Roadhouse, em Los Angeles, e, no sábado, no Threes Brewing Gowanus, em Brooklyn. Na próxima semana, apresenta-se, a 29 de julho, no Rockwood Music Hall, em Nova Iorque, e, no dia seguinte, no The Jungle Community Music Club, em Boston. A digressão norte-americana termina com o regresso a Nova Iorque, para um concerto no Heaven Can Wait.

Nesses sítios, Surma vai mostrar o disco mais recente, alla, mas num registo muito mais eletrónico, porque “não [levou] baixo nem guitarra”.

“Estou ainda a montar o set no Airbnb que aluguei”, confessou à Lusa, sobre o exercício que prepara para transportar em palco “a parte mais orgânica para uma parte mais eletrónica, não saindo muito do tema do álbum e não saindo muito da atmosfera das músicas”.

Surma considera “um desafio muito bonito” ter de “colocar as músicas numa outra dimensão”. “Vou tentar elevá-las um bocadinho mais dentro do mundo da eletrónica, mas não saindo também dessa parte mais orgânica”, acrescentou.

Ao longo das próximas três semanas, e em paralelo aos concertos, a artista portuguesa vai mergulhar numa nova realidade.

“O meu espírito para esta aventura está louco. Estou muito excitada, muito feliz. Estou a conhecer pessoas muito incríveis, pessoas inacreditáveis e estou muito, muito feliz com o que está a acontecer, porque já era um sonho que tinha desde os meus 16 anos vir para Berkeley”, onde já tinha sido aceite no passado.

Confessa, no entanto, que “era muito pequenina e ainda bem que foi agora, porque acho que estou com maturidade suficiente para tirar este curso. Estou no tempo certo para viver nos Estados Unidos uma temporadazinha, sozinha”.

Surma acredita que esta será “uma aventura” que a “vai mudar muito enquanto pessoa e enquanto artista”.