Lucília Gago não informou o presidente do Supremo Tribunal de Justiça do inquérito instaurado a António Costa, avança a SIC Notícias.
De acordo com a estação televisiva, Henrique Araújo soube da investigação através do comunicado enviado à imprensa pela Procuradoria-Geral da República, que acabou por ditar a demissão do primeiro-ministro.
O Expresso avança na edição desta semana que foi Lucília Gago quem decidiu incluir o último parágrafo do comunicado de imprensa sobre a Operação Influencer, referente à investigação a António Costa. De acordo com o semanário, a Procuradora-Geral da República temeu que o Ministério Público pudesse vir a ser acusado de estar a proteger o primeiro-ministro quando fosse tornada pública a investigação do Supremo Tribunal de Justiça a António Costa.
Segundo a SIC Notícias, Henrique Araújo não tinha de ser informado da investigação, uma vez que o inquérito ainda está no domínio do Ministério Público junto do Supremo Tribunal de Justiça, cujo representante máximo é Lucília Gago. A ter acontecido, não seria por obrigação social, antes por cortesia institucional.
Recorde-se que António Costa está a ser investigado devido à “invocação por suspeitos do nome e da autoridade do Primeiro-Ministro e da sua intervenção para desbloquear procedimentos no contexto suprarreferido. Tais referências serão autonomamente analisadas no âmbito de inquérito instaurado no Supremo Tribunal de Justiça, por ser esse o foro competente”.
O MP acredita que António Costa interveio diretamente na aprovação de um diploma que favoreceu os interesse da Start Campus na instalação de um data center em Sines. Quando se demitiu, a 7 de outubro, António Costa garantiu estar de consciência tranquila e não ter praticado “qualquer ato ilícito ou censurável”.