O governo sueco anunciou hoje que pretende restringir as condições para concessão de benefícios sociais a migrantes não europeus, a fim de dissuadir as novas chegadas e “integrar melhor” os já presentes.
“Desde 2012, mais de 770 mil pessoas imigraram para a Suécia oriundas de países fora da União Europeia e do Espaço Económico Europeu”, escreveram Ulf Kristersson, atual primeiro-ministro da Suécia, e os outros três líderes dos partidos da coligação que formam o governo, num artigo publicado no diário Dagens Nyheter (DN).
“Com uma política de integração que praticamente não tem requisitos (para os migrantes) e nenhum incentivo à integração na sociedade, esta elevada imigração criou uma Suécia dividida”, adiantaram. Consequentemente, segundo os mesmos, parte da população sofre de “segregação, exclusão, desemprego, maus resultados académicos e ausência de valores suecos comuns”.
A coligação pretende implementar reformas para que os migrantes de países terceiros sejam obrigados a encontrar trabalho e a aprender sueco. O governo quer, ao mesmo tempo, introduzir um limite máximo para a acumulação de apoios.
Kristersson quer também impor um lapso temporal, ainda não especificado, entre a chegada dos migrantes à Suécia e o momento em que poderão receber apoio.
O governo liderado por Kristersson, líder do partido conservador Moderados, foi formado há um ano através de uma coligação apoiada pela primeira vez pelo partido de extrema-direita Democratas Suecos (SD), que não nomeou ministros. A coligação foi eleita com a promessa de reduzir a imigração e a criminalidade.
O número de pedidos de asilo diminuiu 26% na Suécia no primeiro semestre do ano, em comparação ao período homólogo de 2022 e comparado com um aumento de 30% na Europa, escreveu Kristersson. A Suécia acolheu muitos migrantes na década de 1990, maioritariamente oriundos da Jugoslávia, Síria, Afeganistão, Somália, Irão e Iraque, que encontraram dificuldades na sua integração.