O Sindicato dos Jornalistas (SJ) desafia os acionistas a destituir a comissão executiva do Global Media Group (GMG), após trocas de acusações mútuas sobre a atual situação financeira do grupo.

“O Sindicato dos jornalistas lamenta que os acionistas façam comunicados públicos a questionar as ações da CE [Comissão Executiva], que nos parecem lesivas para os interesses do GMG e dos seus trabalhadores, em vez de tomar uma ação e fazer o mínimo que se exige neste momento – destituir José Paulo Fafe e a sua equipa da gestão do GMG, enquanto ainda existe GMG”, afirma o SJ, em comunicado.

A estrutura sindical manifesta-se preocupada com a troca de acusações e de ameaças entre a Comissão Executiva e os acionistas maioritários do Global Media Group (GMG), quando os trabalhadores estão sem receber o salário de dezembro e o subsídio de Natal e os prestadores de serviços sem os pagamentos que lhes são devidos.

O SJ lamenta que a Comissão Executiva (CE) do GMG esteja “mais preocupada em defender-se dos acionistas e em contra-atacar os acionistas do que em resolver os problemas financeiros que alega para o grupo, deixando os trabalhadores sem o subsídio de Natal, primeiro, e agora sem o vencimento do mês de dezembro”, reafirma.

O sindicato considera que é “perturbador e incompreensível” que uma parte dos recibos verdes tenha recebido o pagamento que lhe era devido do mês de outubro, enquanto outros continuam à espera do dinheiro que lhes é devido pelo trabalho prestado há três meses.

É também “perturbadora a postura da CE liderada por José Paulo Fafe de afrontar tudo e todos e o hábito adquirido de não pagar salários ou vencimentos a quem trabalha”.

A estrutura sindical sugere que a CE explique onde está o dinheiro, já que o grupo continua a trabalhar, a vender publicidade, a fazer contratos, a prestar serviços e a vender jornais todos os dias. “As receitas estão a entrar, por isso urge explicar onde está o dinheiro e porque não chega aos trabalhadores nem aos vários fornecedores que quase todos os dias cortam serviços essenciais ao funcionamento dos vários jornais e empresas do GMG, ameaçando não só a sobrevivência do grupo, como empresa, como a pluralidade e a diversidade do jornalismo português”, acrescenta.

Na mesma nota, o SJ mostra-se disponível para dialogar com as lideranças de todos os grupos e órgãos de comunicação social e lembra que “foi isso que fez quando a nova estrutura da GMG assumiu funções”.