Seis ativistas do Climáximo foram detidos esta manhã, depois de terem entrado no Aeródromo de Tires, em Cascais, onde pintaram e bloquearam jatos privados ali estacionados. A ação visava denunciar os “voos de luxo dos super-ricos e a hipocrisia dos líderes mundiais que se deslocam à COP28 num meio de transporte que é o pináculo da injustiça climática”.

“Não podemos consentir com um sistema que prefere deter ativistas e proteger o sistema que causa e lucra com a crise climática e do custo de vida”, defende Inês Teles, uma das ativistas que participou na ação desta manhã. “Está, neste momento, a acontecer no Dubai a maior conferência de clima anual, chefiada por um executivo de uma petrolífera. Centenas de governantes viajaram para lá de jato privado”.

“Os donos do mundo estão a gozar connosco – não podemos aceitar isto passivamente”, atirou.

Noah Zino lembra que “uma viagem de jato privado entre Londres e Nova Iorque emite mais CO2 que uma família portuguesa num ano inteiro”.

“Jatos privados são armas de destruição em massa, não têm lugar numa sociedade em chamas. Só a poluição da queima de combustíveis fósseis já mata, todos os anos, mais pessoas do que os campos de concentração. As emissões que provocam recordes de calor, secas, fome e fogos, preços mais altos de comida, cheias, doenças, e catástrofes já condenam à morte milhões de pessoas também. Se há algum plano viável para a nossa segurança, este tem de começar já por cortar as emissões mais absurdas – estamos em emergência ou estão a gozar connosco?”, questiona.

O grupo apresenta soluções para travar a crise climática, “como cortar as emissões de luxo e voos supérfluos, como os de jato privado e os voos de curta distância; travar qualquer plano de aumento da aviação, seja um novo aeroporto em Lisboa ou a expansão em curso do aeroporto de Cascais; e requalificar milhares de trabalhadores, desenvolvendo amplamente a rede ferroviária nacional e internacional”.

O Climáximo convida a sociedade civil para a manifestação de resistência climática, no dia 9 de dezembro, às 14h00 no Saldanha, para “definir as prioridades de desarmamento do sistema fóssil para o próximo ano”.