“São falsas e caluniosas”: Duarte Cordeiro reage à alegada troca de favores entre PS e PSD

“Em nenhum momento, fui chamado ou ouvido pelo Ministério Público sobre qualquer tema relacionado com estes assuntos”, disse o ministro.

O ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, afirmou hoje que as acusações sobre a alegada troca de favores entre PS e PSD “são falsas e caluniosas”. Em declarações aos jornalistas, Duarte Cordeiro garantiu ainda não ter “qualquer relação” com este caso.

“As supostas considerações que me dizem respeito apresentadas na reportagem da TVI são falsas e caluniosas”, declarou à comunicação social e justificou que “não têm qualquer adesão à realidade e não estão suportadas em nenhum facto”.

“Recordo que, em 2017, não só o partido socialista não celebrou nenhum entendimento com o seu adversário, como, aliás, e foi público, celebrou acordos coligatórios com outros partidos e com movimentos de cidadãos. Quem escolhe os eleitos, são os eleitores. E, nessas eleições, o PS não só não perdeu nenhuma freguesia que presidia, como ganhou duas: uma delas ao PSD, resultado do acordo que fez com o movimento de cidadãos”, esclareceu.

Face ao processo relacionado com o projecto Torre de Picoas, Duarte Cordeiro afirma que não teve “qualquer responsabilidade ou envolvimento”, pois, segundo o ministro, “não dizia respeito a nenhum dos [seus] belouros”. Insistiu ainda: “Não fui chamado nem ouvido pelo Ministério Público relativamente a nenhum desses temas.”

“Continuo a ouvir notícias e insinuações, desde há cinco anos, que fragilizam a democracia portuguesa. Desconheço qualquer suspeita que me diga respeito. Vou aguardar serenamente que o Ministério Público se pronuncie”, concluiu o governante.

Esta reacção surge após uma reportagem emitida ontem à noite pela TVI e da CNN Portugal sobre uma alegada troca de favores entre PS e PSD na preparação das listas para eleições autárquicas de 2017, de forma a garantir a manutenção de certas freguesias lisboetas.

No caso são citados o antigo presidente da Câmara de Lisboa Fernando Medina (actual ministro das Finanças), o ministro do Ambiente e da Acção Climática, Duarte Cordeiro, e o ex-deputado do PSD Sérgio Azevedo.

A reportagem da TVI cita, por várias vezes, indícios da procuradora Andrea Marques e da Polícia Judiciária, incluindo escutas telefónicas e emails apreendidos do computador de Fernando Medina.

A peça remete ainda para “acordos políticos entre Sérgio Azevedo (PSD), Duarte Cordeiro e Fernando Medina (PS) para a colocação de pessoas em lugares para avenças e posições estratégicas” em 2017, detalhados por uma investigadora da PJ num relatório do processo Tutti Frutti.