O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, avisou hoje que Moscovo está a acompanhar de perto os passos que os países da NATO estão a dar em relação ao conflito na Ucrânia.
“É claro que estamos a monitorizar as ações práticas e as discussões entre os membros da NATO sobre a questão ucraniana”, disse o chefe da diplomacia russa numa conferência de imprensa no final das conversações com o seu homólogo senegalês, Yacine Fall.
O ministro russo denunciou que os países da Aliança “estão a encher a Ucrânia com armas mais modernas todos os dias e estão agora a debater como utilizá-las”.
Lavrov referia-se aos repetidos pedidos de Kiev para que lhe fosse permitido utilizar armamento ocidental para atacar alvos na Rússia.
O ministro russo acrescentou que os aliados ocidentais da Ucrânia têm “o propósito de infligir uma derrota estratégica à Rússia”, alegando que isso mesmo “está escrito nos seus documentos doutrinários”.
“É a continuação da política a que temos assistido há séculos”, disse Lavrov, mostrando-se convencido de que “o Ocidente, liderado pelos EUA e pelo Reino Unido, está obcecado em abrandar o desenvolvimento” da Rússia.
O chefe da diplomacia russa garantiu que esses planos estão condenados ao fracasso, porque “perseguem fins geopolíticos egoístas”.
Numa reunião, hoje em Bruxelas, com altos diplomatas dos países da Aliança Atlântica, a NATO condenou os ataques da Rússia contra civis e contra infraestruturas ucranianas e reafirmou o seu compromisso de continuar a apoiar militarmente Kiev.
“A Ucrânia continua a intercetar mísseis russos diariamente, salvando inúmeras vidas. Mas a capacidade da Ucrânia de manter a sua defesa requer maior fornecimento e mais apoio”, disse o secretário-geral da organização, Jens Stoltenberg, num comunicado no final do Conselho da NATO na Ucrânia.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa, justificada por Vladimir Putin com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia, foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.