Rui Rocha acusou esta quarta-feira Pedro Nuno Santos de ser “um fazedor de trapalhadas”, devido às posições assumidas pela TAP na contestação à ação judicial interposta por Christine Ourmières-Widener.

“Pedro Nuno Santos gostava de se apresentar como um fazedor”, mas, face a esta posição da TAP, o agora líder socialista e ex-ministro “será, quando muito, um fazedor de trapalhadas, porque não encontramos, nesta matéria, obra feita”, apontou o líder da Iniciativa Liberal.

Rui Rocha falava aos jornalistas em Portalegre, numa iniciativa do partido, acompanhado por João Leal da Costa, cabeça de lista naquele distrito, onde considerou que as posições assumidas pela TAP na contestação à ação judicial põem “em causa a narrativa de Pedro Nuno Santos” relativa à empresa.

“É a própria TAP que, nesse processo judicial, vem dizer que a CEO, que Pedro Nuno Santos defendeu, que disse fez um excelente trabalho, que disse mesmo que não a teria despedido, incorreu numa série de medidas e procedimentos criticáveis”, referiu.

O presidente da Iniciativa Liberal aludiu ainda ao argumento da TAP de que a empresa “deu lucro não porque Pedro Nuno Santos ou a CEO tenham tido um desempenho extraordinário, mas porque isso fez parte do processo de recuperação das empresas”.

“Esta posição da TAP diz inclusivamente que a CEO nem sequer tinha contrato”, salientou, vincando que foi criada na transportadora aérea “uma grande confusão até do ponto de vista contratual”. Sublinhando que Pedro Nuno Santos “não contribuiu em nada enquanto foi ministro para o desenvolvimento do país”, Rui Rocha insistiu na privatização da TAP, porque, caso contrário, haverá “incompetência, interferência e agenda política e não a defesa dos interesses dos portugueses”.

Outra das áreas que o presidente da Iniciativa Liberal disse haver “insuficiência e incompetência” por parte da governação socialista é na gestão da água.

“A Iniciativa Liberal, no seu programa eleitoral, apresentará uma visão para a gestão dos recursos hídricos, com a valorização das barragens e das formas de retenção de água”, revelou, dando como exemplo o projeto da barragem do Pisão, no distrito de Portalegre.

Considerando “fundamental que avance” a construção desta barragem, o dirigente liberal defendeu que a futura albufeira “tenham uma capacidade até diferente daquela que está planeada” para levar água “um período mais alargado”.

“É fundamental que exista investimento em barragens, na recuperação das redes de regadio e na construção de uma rede de transvases que possa levar a água dos sítios onde ela é abundante para os sítios onde ela é escassa”, acrescentou.

Questionado pelos jornalistas sobre a alegada agressão a um jornalista do Expressonum evento na Universidade Católica com o líder do Chega, André Ventura, Rui Rocha disse desconhecer o que se passou, mas frisou que “a violência é sempre condenável”.

O governo alegou justa causa para exonerar Christine Ourmières-Widener, em abril de 2023, no seguimento da polémica indemnização de meio milhão de euros à antiga administradora Alexandra Reis, que levou à demissão de Pedro Nuno Santos, à época ministro das Infraestruturas e da Habitação, que tinha a tutela da transportadora aérea, e de Hugo Mendes, seu secretário de Estado, e à constituição de uma comissão parlamentar de inquérito à gestão da companhia aérea.