O amplamente criticado desempenho de Joe Biden no debate com Donald Trump desencadeou um número crescente de apelos para que o presidente norte-americano abandone a corrida à Casa Branca, desde meios de comunicação a políticos democratas, passando por personalidades influentes.

Eis uma lista com algumas das vozes que pediram a Biden que desista da reeleição:

  • The New York Times: O conselho editorial de um dos jornais mais influentes entre progressistas e democratas dos Estados Unidos fez o apelo poucas horas depois do desastroso debate de Biden, instando o Presidente a ceder o lugar a outro candidato.

Para servir o seu país, o Presidente Biden deve abandonar a corrida, é o título do editorial em que o prestigiado jornal garantiu que “o maior serviço público que Biden pode prestar agora é anunciar que não continuará a concorrer à reeleição”.

  • The Atlanta Journal-Constitution: Com sede em Atlanta, no estado da Geórgia, o conselho editorial do principal jornal do poderoso conglomerado Cox Enterprises pediu no sábado a Biden que “passe o bastão”, “para o bem da nação” e para que os democratas derrotem Trump.
  • The Chicago Tribune: Fundado em 1847, é o principal jornal dos estados da região dos Grandes Lagos dos Estados Unidos. Depois de qualificar o debate televisivo como “deprimente”, o conselho editorial afirmou que Biden é um homem com dificuldades em “manter o seu raciocínio”.

“Se não tivermos sido claros, Biden deveria anunciar que será um presidente de um mandato único, que agora viu a luz no que diz respeito às suas próprias capacidades face às exigências singulares de ser o Presidente dos Estados Unidos”, acrescentou.

  • The Boston Globe: O conselho editorial deste jornal juntou-se hoje às vozes que pedem a Biden que abandone a corrida presidencial “pelo bem do país”, num artigo em que afirma que aumentam as dúvidas sobre a sua capacidade de governar durante mais quatro anos.
  • Lloyd Doggett, congressista democrata do Texas: Foi o primeiro legislador democrata a pedir publicamente a Biden que se retire e que siga o exemplo de outro texano, Lyndon B. Johnson, que assumiu a Presidência norte-americana em 1963 após o assassínio de John F. Kennedy, mas que decidiu em 1968 que não concorreria à reeleição.
  • Tim Ryan, ex-congressista democrata de Ohio: Ryan redigiu um artigo de opinião na revista Newsweek em que defendeu que Kamala Harris deveria substituir Biden como candidata do Partido Democrata.
  • Julián Castro, ex-secretário de Habitação de Barack Obama e rival de Biden nas primárias de 2020: Disse ao canal MSNBC que “outro democrata teria mais chances de derrotar Trump”.
  • Thomas Friedamn, colunista do New York Times: O influente colunista e amigo de Biden escreveu num artigo de opinião que o presidente não pode ser o candidato e que o Partido Democrata tem de iniciar um “processo aberto” para encontrar um substituto.
  • Paul Krugman, economista e colunista do New York Times: O ilustre académico, economista e escritor intitulou a sua coluna, de 28 de junho, O melhor presidente da minha vida adulta precisa de se afastar.
  • David Ignatius, colunista do The Washington Post: O escritor disse, horas após o debate, que “era evidente há quase um ano que o presidente Biden não deveria concorrer a um segundo mandato” e que os “seus conselheiros e familiares são responsáveis por permanecer como candidato presidencial”.
  • Joe Scarborough, personalidade da rede de televisão MSNBC: Indicou que, embora “ame” Biden, se o CEO de uma empresa tivesse uma atuação como a do presidente durante o debate televisivo, seria duvidoso que o mantivessem na posição de liderança.

“Temo que Donald Trump seja o próximo presidente dos Estados Unidos, a menos que as coisas mudem”, disse.

  • Nicholas Kristoff, colunista do New York Times: Outro colunista influente convocou Biden para que anuncie a sua retirada da corrida, num artigo intitulado Presidente Biden, já vi o suficiente.
  • Cenk Uygur, jornalista e criador do The Young Turks, um influente programa de esquerda: Escreveu nas redes sociais que a substituição de Biden é algo que “deve acontecer” e que os organizadores da Convenção Democrata deveriam pedir desculpa por garantirem que não há uma “verdadeira primária” para escolher o candidato presidencial do partido.
  • James Carville, analista político democrata: Em entrevista à CNN, afirmou que Biden não deveria ser o candidato presidencial do Partido Democrata.