PSD e Iniciativa Liberal responderam esta terça-feira à farpa lançada no dia anterior por Pedro Nuno Santos, que disse, em entrevista à SIC, que um governo formado por estes dois partidos, mesmo sem o Chega, já é “suficientemente radical” e significaria uma solução “mais à direita do que foi o governo de Pedro Passos Coelho”.

Reagindo a estas declarações, feitas no dia em que o ex-ministro das Infraestruturas lançou a candidatura à liderança do PS, o líder da bancada social-democrata disse que Pedro Nuno Santos é a “última pessoa que pode falar de radicalismos”. “Não tem legitimidade para fazer qualquer tipo de crítica”, atirou Joaquim Miranda Sarmento.

“Quem queria não pagar a dívida e punha as pernas dos alemães a tremer? Quem foi que, como ministro, teve decisões completamente incompreensíveis e, enquanto ministro, mostrou que não estava preparado para exercer essas funções?”, recordou o líder da bancada parlamentar do PSD, argumentando que Pedro Nuno Santos não tem legitimidade para falar em radicalismos. O presidente do partido, Luís Montenegro, também acusou o toque: “É preciso assegurar que o próximo governo não fica refém de radicalismos nem de direita nem de esquerda”, atirou, referindo-se à possibilidade de Pedro Nuno Santos ter em mente a formação de uma “geringonça 2.0”, aliando-se ao Bloco de Esquerda e ao PCP.

A Iniciativa Liberal, pela voz de João Cotrim Figueiredo, reagiu no Parlamento dizendo que “radical é quem condena o país à estagnação”. “Radicalismo na política em Portugal é o daqueles que não querem ver que o que tem sido feito nos últimos 25 anos, sobretudo pelo Partido Socialista, está a condenar o país à estagnação”, disse o deputado e ex-líder dos liberais, rematando: “É o radicalismo do imobilismo que nós combateremos.”

Pedro Nuno Santos lançou na segunda-feira a candidatura para a liderança do PS e terá como adversário interno José Luís Carneiro, ministro da Administração Interna do governo demissionário. Quem vencer a disputa interna será candidato a primeiro-ministro nas eleições legislativas de 10 de março.