O PS Lisboa vai abster-se na votação do Plano de Atividades e Orçamento Municipal para 2025, viabilizando o documento por “sentido de responsabilidade”, mas realçando que não significa um “cheque em branco” a Carlos Moedas.
“A Comissão Política Concelhia do PS Lisboa aprovou a proposta do Secretariado para que, na votação do Plano de Atividades e Orçamento Municipal para 2025, o PS se abstenha”, anunciou, em comunicado, sublinhando que “manda o sentido de responsabilidade que o Partido Socialista coloque os atuais interesses da cidade acima de qualquer conveniência partidária”.
O Plano de Atividades e o Orçamento Municipal para 2025 são discutidos e votados na quinta-feira, em reunião privada do executivo municipal.
Na mesma nota, o PS Lisboa realçou que a sua abstenção, que viabiliza o documento, “não significa, no entanto, um cheque em branco” dado ao presidente da Câmara, mas sim para não dar a Carlos Moedas “qualquer álibi para, mais uma vez, não cumprir as promessas que fez”.
Os socialistas consideraram que o plano e orçamento para 2025 apresentado por Carlos Moedas “volta a não ser um bom orçamento, com prioridades que não são as de Lisboa nem as dos lisboetas”, e que o documento não reflete “qualquer ambição ou esboço de soluções para os muitos problemas da cidade”, vincando que este “jamais seria um orçamento do Partido Socialista”.
O PS Lisboa vai, assim, viabilizar o orçamento, como tem feito nos últimos anos, embora considere ser “mais fácil encontrar argumentos para votar contra”, destacando os projetos de habitação parados, a falta de investimento em equipamentos sociais, a degradação dos espaços públicos, ou o problema crescente com o lixo.
“As prioridades de Carlos Moedas são as ações de propaganda e não os lisboetas”, acusaram os socialistas. O PS Lisboa disse ainda que Carlos Moedas vai deixar uma cidade “sem obra e sem rumo”, apontando as culpas à oposição, em vez de assumir “os resultados desastrosos da sua governação”.
“À exceção da sua própria imagem, Carlos Moedas não conseguiu construir nada”, frisaram os socialistas.
Em representação da câmara de Lisboa, Anacoreta Correia apresentou no dia 13 uma proposta de orçamento municipal de 1.359 milhões de euros para 2025, ligeiramente superior aos 1.303 milhões previstos para este ano.
Este é o último orçamento municipal deste mandato, sob presidência de Carlos Moedas, que governa Lisboa sem maioria absoluta. Se for aprovado, será executado em ano de eleições autárquicas.
Os primeiros três orçamentos foram aprovados graças à abstenção do PS, tendo a restante oposição – PCP, Bloco de Esquerda, Livre e Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre – votado contra.
Atualmente, o executivo da Câmara de Lisboa, que é composto por 17 membros, integra sete eleitos da coligação Novos Tempos (PSD/CDS/MPT/PPM/Aliança) – que são os únicos com pelouros atribuídos e que governam sem maioria absoluta –, três do PS, dois do PCP, três do Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), um do Livre e um do Bloco de Esquerda.