O PS criticou hoje o Governo pela dissolução do conselho diretivo do IPDJ, considerando preocupante que esta “medida de irracionalidade” tenha sido tomada numa data tão próxima do arranque dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2024.

Miguel Costa Matos afirmou, em declarações à Lusa, que o “Governo não poderia ter escolhido pior altura” para dissolver o conselho diretivo do Instituto Português de Desporto e Juventude (IPDJ), visto que o instituto é parceiro do Comité Olímpico e do Comité Paralímpico português, cujas participações nos Jogos começam nos próximos dias.

Para o deputado socialista, esta foi uma medida de “irracionalidade e de irrazoabilidade” que poderá ter um papel “negativo a prestar de instabilidade no setor” e, por isso “merece uma nota de preocupação e consternação” do PS.

O secretário-geral da Juventude Socialista sublinhou que “não faz processos de intenções” sobre esta decisão e reconheceu que é “uma das competências dos Governos é fazer estas substituições”, mesmo quando não recebem a concordância do PS, mas acrescentou que “é especialmente bizarro” que esta decisão surja “a dias dos Jogos Olímpicos e dos Jogos Paralímpicos”.

“Temos o dever, quando governamos, de agir no melhor interesse do país. E não é no melhor interesse do país que, a dias dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, possamos ficar sem o conselho diretivo do IPDJ”, disse.

O líder da JS defendeu ainda que não “há nada que indicie qual é que é o motivo para esta exoneração” e que “nas várias instâncias que têm sido faladas, não há uma única crítica que o Governo tenha apontado ao IPDJ em matéria de cumrpimento de metas, de investimentos e de programas”.

“Isto é um padrão de comportamento desta ministra, que faz uma completa razia no seu ministério”, acusou.

O deputado socialista lembrou ainda que este é o primeiro ano de execução do programa ANDA – que oferece aos jovens viagens de comboio e estadias em Pousadas da Juventude – e de outras “medidas dirigidas à juventude, algumas herdadas do Governo PS” e que esta decisão poderá comprometer a capacidade do IPDJ para implementar estas medidas.

Vítor Pataco, cujo mandato na presidência do IPDJ terminou a 2 de julho, vai deixar o conselho diretivo desta entidade pública, de acordo com o Diário da República.

O despacho datado de terça-feira, e com efeitos a partir de hoje, dissolve o conselho diretivo do IPDJ, fazendo cessar os mandatos da vice-presidente Selene Martinho e da vogal Sílvia Vermelho, que só terminavam em 2026, confirmando ainda a saída de Vítor Pataco.

O ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, e a ministra da Juventude e Modernização, Margarida Balseiro Lopes, justificam que “imprimir uma nova orientação à gestão do IPDJ, I. P., implica necessariamente a alteração da composição do seu conselho diretivo”.