Vasco Cordeiro defendeu hoje que deve ser o partido mais votado a formar governo na região, mas disse que a decisão tomada em 2020 coloca uma especial exigência sobre o representante da República.
“Esta decisão em 2020 coloca uma exigência acrescida e uma responsabilidade acrescida sobre o senhor representante da República quanto à coerência a manter, face aos resultados destas eleições e a comparação da decisão que agora tomar com a decisão de 2020”, afirmou Vasco Cordeiro, à saída de uma audição com o representante da República para a Região Autónoma dos Açores, Pedro Catarino.
A coligação PSD/CDS/PPM venceu as eleições regionais, no dia 04, com 43,56% dos votos, mas elegeu 26 dos 57 deputados da Assembleia Legislativa, precisando de mais três para ter maioria absoluta.
O líder do PSD/Açores, José Manuel Bolieiro, transmitiu, no entanto, ao representante da República que a coligação deve formar um governo de maioria relativa, sem acordos com outros partidos.
Vasco Cordeiro disse que “o PS mantém a sua coerência” e defende que “o partido que vence as eleições deve ter a oportunidade de ser o primeiro a submeter-se na assembleia e a formar governo”.
No entanto, lembrou que não foi isso que aconteceu em 2020, quando o PS venceu as eleições, também sem maioria absoluta, mas Pedro Catarino indigitou como presidente do Governo Regional o líder do PSD/Açores, que formou uma coligação pós-eleitoral com o CDS e PPM e assinou acordos de incidência parlamentar com Chega e IL, que lhe garantiam 29 dos 57 deputados da Assembleia Legislativa dos Açores.
“Esta situação que nós vivemos e que culminou nas eleições do dia 04 de fevereiro é um comprovativo, no fundo, de que aquilo que foi a decisão tomada em 2020 não foi a decisão correta e, portanto, todo o argumento da estabilidade caiu pela base, em relação àquilo que foi feito”, apontou.