O primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, classificou esta quarta-feira de “histórico” o acordo alcançado na COP28 para abandonar os combustíveis fósseis e considerou que terá “impactos muito fortes”.

“O acordo histórico de abandonar os combustíveis fósseis e acelerar a ação climática obtido durante a COP28 no Dubai é merecedor de aplausos”, pediu o chefe do governo cabo-verdiano, numa intervenção no parlamento, na segunda sessão de dezembro, a última deste ano e que vai até sexta-feira.

Considerando que os impactos do acordo serão “muito fortes”, o primeiro-ministro cabo-verdiano entendeu que a solução global só é atingível com o “compromisso firme” de todos os países do mundo e com a “responsabilização acrescida” para os mais emissores e os maiores poluentes.

“O princípio é pensar global a longo prazo e agir localmente agora”, disse, instando cada país a “fazer a sua parte”, definindo voluntariamente as suas metas de redução de emissões e adaptar os seus planos nacionais de contribuição.

As delegações dos países reunidos na Cimeira do Clima do Dubai (COP28) chegaram a um consenso sobre uma decisão que apela a uma “transição” para abandonar os combustíveis fósseis.

No arranque do debate sobre as alterações climáticas, Correia e Silva insistiu que, à semelhança dos outros Estados Insulares em Desenvolvimento, Cabo Verde tem uma “contribuição insignificante” para o aquecimento global, mas é “fortemente afetado” pelos seus impactos.

“Face aos impactos da crise climática no desenvolvimento do país e alinhando-se com os compromissos globais, que são das referências, o governo inclui a ação climática como uma das maiores prioridades da sua governação”, traçou. O objetivo, prosseguiu o primeiro-ministro, é reduzir em 38% das emissões até 2030 e atingir a neutralidade carbónica até 2050, “com foco na adaptação e no aumento da resiliência”.