O Presidente da República e o primeiro-ministro apoiaram, esta quarta-feira, António Guterres, na sequência da polémica com a afirmação feita na abertura de uma reunião do Conselho de Segurança da ONU.

Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que as declarações do secretário-geral da ONU foram conformes à Carta das Nações Unidas.

“O Presidente da República, que sempre interpretou as sucessivas declarações do Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, proferidas desde o injustificável ataque do Hamas em Israel, como sendo conformes à salvaguarda dos valores e princípios decorrentes da Carta das Nações Unidas, reitera esse seu entendimento quanto às declarações de ontem e de hoje”, refere o chefe de Estado, numa nota publicada, esta quarta-feira, no site da presidência da República.

António Costa também enviou uma mensagem de solidariedade ao secretário-geral das Nações Unidas, considerando que, perante a “tragédia humanitária”, tem sido “exemplar” na afirmação humanista do Direito Internacional, disse esta quarta-feira à agência Lusa fonte oficial do executivo.

António Guterres manifestou-se “chocado com as interpretações erradas” das declarações que fez na terça-feira no Conselho de Segurança e negou ter justificado os atos de terror do Hamas. “Isto é falso. Foi o oposto”, garantiu.

António Guterres afirmou na terça-feira, perante o Conselho de Segurança da ONU, que “é importante também reconhecer que os ataques do Hamas não aconteceram num vácuo”, acrescentando que “o povo palestiniano tem sido submetido a 56 anos de ocupação sufocante”. Na rede social X (ex-Twitter), o embaixador israelita na ONU, Gilad Erdan, pediu a demissão imediata de António Guterres das funções de secretário-geral desta organização.

Já os partidos reagiram de maneira diferente à polémica provocada pela declaração de Guterres. PS, Bloco de Esquerda e PCP apoiaram o ex-primeiro-ministro. Chega e IL condenaram estas afirmações e o PSD admitiu que “há uma frase menos feliz”.