Por estes tempos, assim que alguém ou algum grupo levanta a grimpa, reivindica e luta pelos seus direitos, logo é associado à extrema-direita. Os protestos dos professores tinham cartazes racistas, os empresários com os seus negócios atirados ao charco na covid eram perigosos negacionistas, os polícias são todos instrumentalizados pelo Chega e os agricultores manietados por radicais fascistoides. Terroristas. Todos terroristas. Sobretudo para a dita esquerda, outrora tão defensora dos trabalhadores e tão crítica da globalização.
Como se esta grosseira manipulação política não bastasse, neste último caso ainda se junta a narrativa das alterações climáticas, outra panaceia para silenciar qualquer voz incómoda, escravizar e sacar mais alguns impostos.
Podem denegrir os agricultores, acusarem-nos de só quererem mais subsídios, vilipendiá-los, mas a verdadeira razão da sua revolta são os pacotes de legislação da chamada Transição Verde, na qual a União Europeia tem o objetivo de redução de CO2 até 55% em 2030 e de neutralidade climática (o que quer que isso signifique) até 2050. Estes mirabolantes pacotes legislativos bloqueiam e congelam a atividade agrícola.
Zero emissões?! O que é isso? Só é atingível se voltarmos para a era das cavernas! Ou seja, o que a desgovernada Europa parece querer é pobreza, miséria e fome. E talvez que sobrevivamos de carne produzida em laboratório, costeletas de impressoras 3D e insetos. Serás tu o carbono que pretendem reduzir?
A hipocrisia é tanta que se exige aos agricultores europeus a observação de um vastíssimo conjunto de regras (as quais, naturalmente, encarecem o produto) para depois competirem no mercado com os mesmos produtos criados sem regras algumas, vindos das Ásias ou Américas e, claro, muito mais baratos. Será isto sustentabilidade? Já agora, as ditas alterações climáticas reconhecem fronteiras?!
A transição energética e essas chorudas negociatas que conseguem o pleno partidário – aplaudidas por todos, desde o Bloco de Esquerda ao CDS – servem sobretudo para alguns enriquecerem e para políticos ganharem poder a coberto da santa e neurótica desculpa da sobrevivência da espécie humana e até mesmo do planeta. A justificação magnânima, a suposta causa nobre, maquilha a mentira, o saque e o abuso em curso e quem se atrever a formular uma única e singela dúvida leva logo com o tal epíteto de nazi. No mínimo. Ou seja, salvar a Terra é só um álibi para um crime. Aliás, não é por acaso que, por exemplo, se abatem milhares de sobreiros – uma espécie-tesouro e protegida – para construir parques eólicos. Isto entre muitos outros atentados ambientais em marcha, mascarados com boas intenções.
Aliás, recentemente o governo anunciou que até 2030 serão investidos 60 mil milhões de euros na misteriosa e indefinível transição energética. Esta imensa massa monetária suscitará uma avidez hemorrágica e será destinada a muitos projetos tecnologicamente discutíveis. Para não dizer pior.
Há um roubo em curso perpetrado pelos lóbis verdes que inflamam a narrativa de emergência climática. E esse esbulho pode chegar à tua mesa. Será mesmo necessário irmos até ao prato vazio?
Caso sério
A situação em que hoje se encontram os polícias é vergonhosa. São muito mal pagos, pouco reconhecidos e estão carentes
de incentivos. Há que dignificar a função. E, por inerência, o próprio Estado.
Ativista política
Artigo publicado na edição do NOVO de 3 de fevereiro