Os mandados europeus de detenção dos cinco reclusos que se evadiram no sábado do estabelecimento prisional de Vale de Judeus, em Alcoentre, já foram emitidos, anunciou a ministra da Justiça.

“Em termos internacionais, posso dar nota que os mandados de detenção europeus foram já emitidos. Já estão emitidos hoje. Foram já inseridos no sistema, o que é extraordinário, porque estamos a falar de algo que aconteceu no sábado”, afirmou Rita Alarcão Júdice, entrevistada no Telejornal da RTP.

O mandado de detenção europeu é uma decisão judiciária emitida por um Estado-membro com vista à detenção e entrega por outro Estado-membro de uma pessoa procurada para efeitos de procedimento criminal ou para cumprimento de uma pena ou medida de segurança privativa da liberdade.

Recusando especular sobre o paradeiro dos cinco detidos, a governante referiu que “todas as hipóteses estão em cima da mesa” e a possibilidade de terem deixado Portugal “será uma delas”.

A ministra da Justiça garantiu ainda que “todos os meios que estão à disposição das polícias estão ativados” para encontrar os cinco reclusos que se evadiram sábado de manhã da cadeia de Vale de Judeus, reafirmando que se tratou de uma “situação de criminalidade organizada, um processo altamente complexo”.

Antes, em conferência de imprensa, Rita Alarcão Júdice anunciou uma auditoria urgente à segurança dos 49 estabelecimentos prisionais de Portugal, na sequência da fuga destes cinco reclusos.

Além dessa, a ministra avançou que determinou uma segunda auditoria de gestão ao sistema prisional para avaliar a organização e afetação de recursos da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais e de todos os estabelecimentos prisionais do país.

Com base no relatório da auditoria à atuação dos serviços de vigilância e segurança, que foi elaborado pela Divisão de Serviços de Segurança da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, Rita Alarcão Júdice explicou que a fuga dos reclusos “demorou seis minutos” e só foi detetada cerca de uma hora depois.

Os evadidos são dois cidadãos portugueses, Fernando Ribeiro Ferreira e Fábio Fernandes Santos Loureiro, um cidadão da Geórgia, Shergili Farjiani, um da Argentina, Rodolf José Lohrmann, e um do Reino Unido, Mark Cameron Roscaleer, com idades entre os 33 e os 61 anos.

Foram condenados a penas entre os sete e os 25 anos de prisão, por vários crimes, entre os quais tráfico de droga, associação criminosa, roubo, sequestro e branqueamento de capitais.