Portugal é o país da Europa que sofre mais com as alterações climáticas
Carlos Pimenta Machado, vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, falou em Macau do impacto na água e no aumento de temperatura que se verifica em solo lusitano. E reafirmou a intenção de Portugal antecipar o compromisso de neutralidade carbónica de 2050 para 2045.
O vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) disse nesta sexta-feira em Macau que Portugal é o país na Europa em que as alterações climáticas estão a ter maior impacto.
Carlos Pimenta Machado afirmou que, mesmo entre os países do sul da Europa, mais vulneráveis, “Portugal é onde a mudança climática mais impacta, na água, no aumento da temperatura”, sendo possível ver o que se está a passar no espaço europeu: “Os incêndios (…) com chuva mais concentrada e longo períodos de seca”, com resultados “nas atividades económicas e no ecossistema”.
Numa conferência num fórum ambiental em Macau, em que abordou a gestão da água no contexto das alterações climáticas, o vice-presidente da APA reafirmou, por um lado, a intenção de Portugal antecipar o compromisso de neutralidade carbónica de 2050 para 2045.
O responsável aproveitou para enumerar alguns dos desafios e sublinhar o sucesso das políticas ambientais, desde o “trabalho incrível, notável ao nível do saneamento e tratamento de águas residuais”, descrito como “o milagre português”, até à qualidade da água das praias, num país que é também confrontado com o facto de que “mais de 50% da água que chega a Portugal provém de Espanha”.
A erosão costeira “é obviamente outro desafio” para Portugal que, salientou, tem procurado avançar na reabilitação fluvial e é dos países europeus “com melhor desempenho” ao nível da energia renovável.
Carlos Pimenta Machado lembrou que o país foi “o quarto na Europa a eliminar a produção de energia a partir do carvão, em 2019” e o sétimo no ranking entre os 27 da União Europeia no que diz respeito à utilização de fontes de energia renovável.
O Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental de Macau teve início na quinta-feira e termina no domingo.
O fórum ocupa uma área de mais de dez mil metros quadrados, conta com mais de 400 expositores, entre os quais 40 expositores estrangeiros.
Durante os 20 fóruns e conferências previstas, vão intervir cerca de 30 inovadores na área ambiental, responsáveis de empresas multinacionais e decisores políticos de vários países e regiões, nomeadamente da China continental, Europa, países de língua portuguesa, nações do Sudeste Asiático, Hong Kong e Macau.
O Fórum, cujo tema é “Construir uma civilização ecológica através de iniciativas inovadoras”, tem também como objetivo “promover o intercâmbio internacional e a cooperação em matéria de proteção do ambiente entre diferentes setores, incluindo governos, indústrias, universidades, institutos de investigação, utilizadores e investidores”.
O fórum realiza-se no Cotai Expo do Venetian e é organizado pelo Governo da Região Administrativa Especial de Macau, coorganizado pelos governos provinciais e regionais da Região do Delta do Rio das Pérolas e coordenado pelo Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau e pela Direção dos Serviços de Proteção Ambiental.