Foi há 48 anos que Costa Gomes, Presidente da República quando se deu o 25 de Novembro de 1975, chamou à contrarevolução que meteu fim ao processo revolucionário em curso (PREC) “a dramática aventura”. E a sua declaração não deixa de ter laivos de alguma premonição, porque quase cinco décadas volvidas a comemoração da data continua envolta em drama, polémica, acusações e clivagens.

Se há tema que divide a sociedade portuguesa – sobretudo a classe política – é o 25 de Novembro. Uns, à direita, exigem que o Estado assuma a sua celebração à semelhança do 25 de Abril, outros, à esquerda, rejeitam qualquer cerimónia, alegando que o momento fundacional da democracia foi apenas a Revolução dos Cravos. No meio, o PS divide-se, mas lá vai vingando a tese que o próprio Ramalho Eanes, um dos obreiros do 25 de Novembro: que “os momentos fraturantes não se comemoram”.

E é entre estas clivagens e duas visões diametralmente opostas sobre o papel do 25 de novembro que o dia em que um grupo de moderados do Movimento das Forças Armadas afetos ao Grupo dos Nove (liderado por Melo Antunes) impedirem uma tentativa de golpe de uma fação mais radical (impedindo a instauração do comunismo e impondo a democracia representativa) nunca deixou de ser o parente pobre das celebrações da democracia. À direita comemora-se o dia, bem como os comandos e algumas autarquias, à esquerda não, mas o Estado português optou por apenas as invocar como uma data, entre outras.

Leia a notícia na íntegra na edição do semanário NOVO que sai este sábado, 25 de novembro, nas bancas