Pedrógão Grande quer criar “um dos maiores festivais literários em Portugal”

Miscellanea surge “com o intuito de promover o território, de baixa densidade, promover Pedrógão Grande não só entre os pares, mas também noutros concelhos, no país e, quem sabe no mundo”.

O festival Miscellanea, que se realiza de dia 21 a dia 25, foi hoje apresentado pelo município de Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, com a ambição de ser “um dos maiores festivais literários de Portugal”, anunciou a organização.

“É nossa ambição criar um dos maiores festivais literários em Portugal. Acho que vamos conseguir com este cartaz. Arriscámos e creio que temos um cartaz forte e ambicioso”, disse hoje a vereadora da Cultura da Câmara de Pedrógão Grande.

Dora Rodrigues, que apresentou o festival em Leiria, avançou que Miscellanea surge “com o intuito de promover o território, de baixa densidade, promover Pedrógão Grande não só entre os pares, mas também noutros concelhos, no país e, quem sabe no mundo”.

Nesta primeira edição, o lote de convidados inclui os escritores José Milhazes, Mário Augusto, Milu Loureiro, André Madaleno, João Reis, Isabel Ricardo, João Gouveia Monteiro, Raul Minh’alma, Lurdes Breda, Sofia Souto Moniz, Carolina Pascoal, José Fanha e Pedro Chagas Freitas.

São eles que serão os protagonistas das apresentações de livros, conversas, conferências, oficinas, sessões de autógrafos e de contos.

A programação reparte-se pela Casa da Cultura, a Biblioteca Municipal, o Centro de Interpretação Turística e Jardim da Devesa, e inclui ainda cinema, concertos, teatro, dança, magia, envolvendo os músicos José Rebola e Alex Lima, os actores Filipe Lima, Daniela Claro, Joana Biscaia, Jaime Monsanto, o realizador Luís Porto, o mágico Telmo Melo, os bailarinos Raquel Santos e João Fanha, entre outros.

Evento tem nome de “uma obra histórica de Miguel Leitão”
O evento, que vai buscar o nome ao livro “Miscellanea”, publicado originalmente em 1629, “uma obra histórica de Miguel Leitão de Andrada, um escritor de Pedrógão Grande”, pretende ser “uma miscelânea de artes e cultura num mesmo festival”, descreveu.

Reavivar a tradição cultural de Pedrógão Grande, uma “vila literária de excepção, é também uma das ambições e, por isso, nesta primeira edição relembram-se duas das várias personalidades das letras ligadas ao território, Gabriel de Magalhães e frei Luís de Granada.

“Pedrógão Grande é berço e fonte de inspiração para poetas e escritores que marcaram a literatura e a história de Portugal e do mundo: Fernão de Oliveira, Miguel Leitão de Andrada, Luís Vaz de Camões, frei Luís de Granada, frei Luís de Sousa, Gabriel de Magalhães e Roberto Pedroso das Neves, todos se inspiraram em Pedrógão Grande”, recordou Dora Rodrigues.

Na abertura de Miscellanea, no dia 21, há duas conferências em destaque: uma subordinada ao tema ‘O padre Gabriel de Magalhães, a grande viagem e aventura de Pedrógão Grande a Pequim’, tendo como orador “o professor, poeta, sinólogo e tradutor, António Graça de Abreu”; a segunda subordinada a “Frei Luís de Granada, mestre de espiritualidade”, com os oradores Rui Carlos Antunes e Almeida Lopes, avançou a vereadora.

Segundo Dora Rodrigues, o festival “é mais um contributo” para “virar a página” depois dos incêndios de 2017.

“Se formos ao Google e pusermos ‘Pedrógão Grande’, aparece logo a referência aos incêndios. Ninguém esquece, nem ninguém pretende esquecer”, afirmou.

Mas, agora, a intenção é “dar a conhecer este potencial através do turismo, da EN2 e também da literatura”.

“Temos de seguir em frente e virar a página”, concluiu a vereadora.