Pedro Sánchez defende que, só com a verificação das atas das mesas de voto, será possível reconhecer os resultados das eleições presidenciais da Venezuela de domingo passado.

“Seguimos com preocupação os acontecimentos que se estão a viver na Venezuela”, disse hoje o primeiro-ministro espanhol, em Madrid, antes de acrescentar que “é imperativo haver transparência” na contagem dos votos. “Para se poder reconhecer os resultados tem de se poder verificar as atas de todas a mesas [eleitorais]”, acrescentou, numa declaração pública em que fez um balanço do ano político, antes das férias de verão, no Palácio da Moncloa, sede do governo espanhol.

Sánchez fez ainda “um apelo firme à calma, ao civismo e à garantia dos direitos fundamentais de todos os venezuelanos e venezuelanas” após as eleições de domingo passado, cujos resultados oficiais, que deram a vitória ao atual Presidente do país, Nicolás Maduro, estão a ser contestados pela oposição e nas ruas.

Os resultados estão também a ser questionados por parte da comunidade internacional, que está a pedir para serem publicadas as atas das mesas eleitorais, para serem confirmados os votos anunciados oficialmente.

No dia a seguir às eleições, na segunda-feira, Espanha, através do ministro dos Negócios Estrangeiros, José Manuel Albares, tinha já pedido a publicação dos dados de todas as assembleias de voto, “mesa por mesa”.

Albares destacou que os venezuelanos votaram no domingo de forma democrática e muito participada e considerou que “a chave é a publicação dos dados mesa por mesa para que possam ser verificados”. O ministro dos Negócios espanhol insistiu na “total transparência” do processo eleitoral venezuelano.

Nicolas Maduro obteve 5,15 milhões de votos, à frente do candidato da oposição Edmundo Gonzalez Urrutia, que obteve pouco menos de 4,5 milhões (44,2%), de acordo com os números anunciados pelo presidente do Conselho Nacional Eleitoral, Elvis Amoroso.

Logo após a divulgação do resultado, a oposição venezuelana reivindicou a vitória nas eleições presidenciais de domingo, com 70% dos votos, rejeitando a vitória de Maduro. Pelo menos três pessoas morreram, dezenas ficaram feridas e centenas foram já detidas nos protestos em várias cidades da Venezuela contra os resultados anunciados oficialmente, segundo as autoridades.