O secretário-geral do PCP anunciou esta segunda-feira, 8 de janeiro, em Lisboa que os comunistas vão apresentar “em breve” propostas para aumentos salariais dos profissionais do sector da saúde no sentido de promover o seu “regresso” ao Serviço Nacional de Saúde.

“Vamos avançar com a majoração salarial de 50% com 25% de reconhecimento do tempo de serviço. São medidas que não resolvem tudo, mas incentivam o retorno dos médicos ao Serviço Nacional de Saúde, assim como dos enfermeiros”, disse Paulo Raimundo, durante uma visita à Unidade de Saúde Familiar (USF) da Alta de Lisboa.

“É preciso criar condições para se fixarem os profissionais, para que se possa responder aos problemas dos utentes (…) a partir destas ideias centrais: valorizá-los, respeitá-los e criando condições de trabalho e incentivos para que voltem ao Serviço Nacional de Saúde”, adiantou o secretário-geral do PCP.

No local, mais de 50 pessoas mantinham-se na fila na rua desde as 05h00, expostas a baixas temperaturas, aguardando a abertura da unidade de saúde para a marcação de consultas e atendimento, que só começa às 08h00.

De acordo com o PCP, a USF da Alta de Lisboa dispõe de “quatro médicos para 30 mil utentes”.

Paulo Raimundo ouviu as queixas dos utentes e reiterou que a situação no sector é “grave” e acrescentou que, neste momento e tendo em conta as eleições legislativas de março, “não vale a pena” fazer “conjunturas” ou cenários de “alta pressão, média pressão ou de pequena pressão” porque, frisou, “é preciso abrir caminhos concretos para resolver o problema das pessoas”.

“Se alguém disser que vai resolver o problema de um dia para o outro está a mentir ou, então, estamos neste espírito de promessas que chovem todos os dias. Não é possível resolver as coisas de um dia para o outro, mas é possível abrir um caminho”, disse.

Questionado sobre os discursos de domingo de Pedro Nuno Santos e de Luís Montenegro sobre a saúde, Paulo Raimundo disse que o novo líder do PS e o dirigente do PSD têm “responsabilidades” nesta matéria e que notou — em ambos — “peso de consciência”.

Para Paulo Raimundo, a atual situação do sector da saúde é o resultado de um “processo longo e profundo” cujo objetivo é desmantelar o SNS.