Paula Santos acusou hoje o Governo de “aldrabice” e de querer “criar confusão” com os dados divulgados sobre o número de alunos sem aulas, com o objetivo de “ocultar a real dimensão do problema”.
“Se me permite a expressão, é uma aldrabice, estamos perante uma tentativa por parte do Governo de gerar a confusão e ao mesmo tempo procurar ocultar a real dimensão do problema, porque não estamos a comparar os mesmos universos e a mesma dimensão”, acusou a líder parlamentar do PCP, em conferência de imprensa na Assembleia da República.
Em causa estão dados sobre alunos sem aulas fornecidos pelo Ministério da Educação ao semanário Expresso, segundo os quais “há 2.338 alunos que ainda não tiveram aulas a pelo menos uma disciplina, o que representa uma diminuição de 90% face aos quase 21 mil que se mantinham nessa situação no final do primeiro período do ano passado”.
A bancada comunista considera que o Governo “está a procurar mostrar que está a resolver o problema, quando na verdade não está”, acusando o executivo de ter adotado “medidas avulsas” que “não vão ao fundo da questão” da falta de professores.
Paula Santos insistiu na valorização e progressão na carreira dos docentes e no aumento de salários e criticou “desigualdades” na atribuição do subsídio de deslocação a estes profissionais.
Para o PCP, o Governo está a demonstrar “falta de vontade de fazer aquilo que é preciso fazer para resolver o problema da falta de professores na escola pública”.
Esta manhã, também PS e BE acusaram o Governo de estar a comparar realidades distintas.
O PS criticou a “falta de seriedade” do o Ministério da Educação e o BE acusou o executivo de mentir e “martelar números” com o objetivo de esconder “a realidade da falta estrutural de professores nas escolas”.
Mais tarde, em declarações aos jornalistas após ter visitado uma escola secundária em Marvila, Lisboa, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, afirmou que há atualmente menos 89% de alunos sem aulas do que há um ano e considerou as críticas dos socialistas de manipulação dos números como “falsas querelas”.