O Governo português insistiu hoje na necessidade de verificação das atas das eleições presidenciais venezuelanas, realizadas no domingo passado, e pediu diálogo político e respeito pela liberdade de manifestação.
Numa publicação na rede social X, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, disse que falou na quarta-feira com a líder da oposição na Venezuela, María Corina Machado, sobre a situação política na Venezuela.
“Insistimos na necessidade de verificação dos originais das atas eleitorais, na moderação e diálogo político e na abstenção de repressão da liberdade de manifestação”, escreveu o chefe da diplomacia portuguesa.
🇻🇪 @MariaCorinaYA falou ontem com o MNE @PauloRangel_pt sobre a situação política na Venezuela. Insistimos na necessidade de verificação dos originais das actas eleitorais, na moderação e diálogo político e na abstenção de repressão da liberdade de manifestação.
— Negócios Estrangeiros PT (@nestrangeiro_pt) August 1, 2024
Já na segunda-feira, Lisboa tinha pedido a verificação imparcial dos resultados das eleições presidenciais, nas quais o Presidente Nicolás Maduro reclamou vitória, que está a ser contestada pela oposição e por manifestações nas ruas da Venezuela, algumas reprimidas com violência e mais de mil detidos.
Na posição divulgada no início da semana, também através da rede X, o Ministério dos Negócios Estrangeiros português saudou a participação popular e considerou “ser necessária a verificação imparcial dos resultados eleitorais na Venezuela”.
O MNE saúda a participação popular e considera ser necessária a verificação imparcial dos resultados eleitorais na Venezuela. Só a transparência garantirá a legitimidade; apelamos à lisura democrática e ao espírito de diálogo. Acompanhamos sempre a comunidade portuguesa.
— Negócios Estrangeiros PT (@nestrangeiro_pt) July 29, 2024
“Só a transparência garantirá a legitimidade; apelamos à lisura democrática e ao espírito de diálogo. Acompanhamos sempre a comunidade portuguesa”, estimada em cerca de 600 mil pessoas, sublinhou o ministério.
O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela anunciou que Nicolás Maduro, foi reeleito para um terceiro mandato consecutivo com 51,20% dos votos, com 5,15 milhões de votos, à frente do candidato da oposição Edmundo Gonzalez Urrutia, que obteve pouco menos de 4,5 milhões (44,2%), de acordo com os números oficiais anunciados pelo presidente do CNE, Elvis Amoroso.
A oposição venezuelana reivindica a vitória nas eleições presidenciais de domingo, com 70% dos votos, disse à imprensa María Corina Machado.
O candidato da principal coligação da oposição – a Plataforma Democrática Unida – Edmundo Gonzalez Urrutia, obteve 70% dos votos, afirmou a líder opositora, recusando-se a reconhecer os resultados proclamados pelo CNE.
María Corina acusou na quarta-feira Nicolás Maduro de escolher o caminho “da repressão” após “a sua derrota” nas eleições presidenciais.
“Propusemos ao regime que aceite democraticamente a sua derrota e avance com a negociação para assegurar uma transição pacífica; no entanto, optaram pela via da repressão, da violência e da mentira”, escreveu María Corina Machado, principal apoiante do candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, na rede social X.
Venezolanos,
— María Corina Machado (@MariaCorinaYA) August 1, 2024
Tenemos años luchando para unir a nuestro país alrededor de valores comunes en un movimiento cívico de redención para la libertad. LO LOGRAMOS.
Tenemos meses construyendo una plataforma robusta para la defensa del voto que pudiera demostrar incuestionablemente…
A ex-deputada pediu aos venezuelanos que se mantenham “ativos e firmes” e se mobilizem para “fazer valer a verdade”.
O Centro Carter, que participou como observador nas eleições, disse na terça-feira que o processo “não se adequou” aos parâmetros e padrões internacionais de integridade eleitoral e, por isso, esta “não pode ser considerada uma eleição democrática”.