Paulo Macedo apontou hoje que o banco público “não deve ter participações não financeiras”, pretendendo alienar ativos como a Águas de Portugal.

“A Caixa não deve ter participações não financeiras, e ao longo do tempo tem caminhado nesse sentido”, afirmou o presidente do banco público, durante a conferência de imprensa da apresentação dos resultados do primeiro semestre, após ser questionado sobre a participação na Águas de Portugal. “Pode haver alguma que se justifique, não me estou a lembrar agora de nenhuma, mas as participações não financeiras não fazem parte da atividade da Caixa”, acrescentou.

Paulo Macedo afirmou que a Caixa teve, no passado, “mais de 500 milhões de euros de prejuízo com participações não financeiras” em empresas em que detém partes minoritárias.

“Somos minoritários, não temos nada a ver com a gestão, não interferimos na gestão, não somos consultados por nada na gestão, portanto a nossa vontade é de não ter participações financeiras e podermos ter a aplicação desse valor na atividade bancária”, defendeu.

No caso concreto da Águas de Portugal, Paulo Macedo disse que, por ser um ativo não cotado, é “mais difícil de avaliar”, penalizando o banco nos testes de stress.

“A Caixa não deve ter ativos não core: não deve ter imóveis, como não deve ter fundos de reestruturação”, vincou.

Sobre a Inapa, que apresentou pedido de insolvência nesta semana, o presidente da Caixa disse que a exposição do banco público à empresa é insignificante para o balanço.

A Caixa Geral de Depósitos anunciou hoje que teve lucros de 889 milhões de euros no primeiro semestre, uma subida de 46,2% face ao período homólogo.