PSD, Iniciativa Liberal e Chega aprovaram esta terça-feira uma deliberação do CDS para que a operação militar de 25 de novembro de 1975 seja assinalada anualmente na Assembleia da República. A proposta mereceu os votos contra do PS e dos partidos à sua esquerda e a abstenção do PAN.
O líder parlamentar do CDS, Paulo Núncio, apresentou a sua deliberação com elogios à ação de militares como Jaime Neves e o antigo Presidente da República Ramalho Eanes no 25 de novembro. Enalteceu também o papel de Mário Soares, Francisco Sá Carneiro e Freitas do Amaral. Paulo Núncio defendeu ainda que a derrota da extrema-esquerda travou “um caminho para o totalitarismo” em Portugal.
O deputado do PSD Bruno Vitorino elogiou a iniciativa do CDS, dizendo que “a democracia e a liberdade não caíram do céu”, que o 25 de Abril de 1974 “não tem donos” e que foi o 25 de novembro de 1975 quem consolidou o regime de democrático em Portugal.
O presidente da bancada do Chega, Pedro Pinto, acusou o PCP de ter procurado “instaurar uma ditadura soviética, invadido herdades e apontado armas à cabeça de agricultores”.
Esquerda vota contra
António Filipe, do PCP, acusou a direita parlamentar de procurar reescrever a História e tentar “branquear” o regime do Estado Novo, observando que a reforma agrária prosseguiu após o 25 de novembro e que a própria Constituição foi aprovada pelos comunistas em abril de 1976, “à qual o CDS se opôs”.
Já Joana Mortágua defendeu que a direita parlamentar quer “reabilitar o Estado Novo e diabolizar o Processo Revolucionário em Curso (PREC)”. “Quem quer comemorar o 25 de novembro é quem não tem coragem de comemorar o 28 de maio de 1926”, que instaurou o regime do Estado Novo, completou a deputada do BE, citada pela agência Lusa.