O Papa Francisco manifestou hoje preocupação com o agravamento do conflito em território palestiniano e apelou novamente para um cessar-fogo imediato.
“Dirijo os meus pensamentos com preocupação para o conflito na Palestina e em Israel, que corre o risco de se alastrar a outras cidades palestinianas”, disse Francisco durante a oração dominical do Angelus, à janela do Palácio Apostólico, perante os peregrinos reunidos na Praça de São Pedro.
O Papa insistiu na necessidade de se continuarem as negociações para uma trégua e para um “cessar-fogo imediato”, reiterando o pedido de libertação dos reféns israelitas ainda detidos pelo Hamas.
Francisco exigiu ainda que “a população de Gaza seja ajudada, onde tantas doenças se estão a espalhar, incluindo a poliomielite”.
“Que haja paz na Terra Santa, que haja paz em Jerusalém, que a Cidade Santa seja um local de encontro, onde cristãos, judeus e muçulmanos se sintam respeitados e acolhidos, e ninguém questione o ‘staqus quo’ nos seus respetivos lugares sagrados”, acrescentou o Papa.
Francisco lamentou também que mais de um milhão de pessoas tenham ficado sem água nem eletricidade na Ucrânia devido aos ataques russos às infraestruturas energéticas no país, que provocaram mortos e feridos.
“Lembremos que a voz dos inocentes é sempre ouvida por Deus, que não fica indiferente ao seu sofrimento”, acrescentou.
Na última semana, Israel lançou uma operação militar em grande escala no território palestiniano da Cisjordânia, sob ocupação israelita desde 1967, onde ocorreram confrontos mortais e fortes incursões do exército em cidades palestinianas como Tulkarem e Jenin.
Esta situação suscita receios de que a intensidade do conflito na Faixa de Gaza possa alastrar à Cisjordânia, onde o nível de violência é extremamente elevado desde o início da guerra entre o Hamas e Israel, a 7 de outubro de 2023.
Israel declarou naquela data uma guerra na Faixa de Gaza para erradicar o Hamas depois de este ter realizado em território israelita um ataque que matou mais de 1.200 pessoas, a maioria civis, de acordo com uma contagem da agência de notícias France-Presse, baseada em números oficiais israelitas.
Desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel, o Movimento de Resistência Islâmica fez também 251 reféns.
Segundo as Forças de Defesa de Israel, dos reféns, perto de cem foram libertados no final de novembro, durante uma trégua, em troca de prisioneiros palestinianos, permanecendo dezenas detidos e outros morreram.