Nas primeiras horas da manhã, acorda-nos o despertador para nos lembrar que há mais um dia à nossa espera, tão desafiante quanto pode ser ter nascido num país cujo preâmbulo da constituição afirma “abrir caminho para uma sociedade socialista, no respeito da vontade do povo português”.

Os jovens vão para o trabalho de comboio, se tiverem a felicidade de que haja uma estação de comboios perto. Aos que a têm, é uma questão de fé, não serem brindados com uma greve que impeça a deslocação.

Com uma vontade férrea em manter a bitola ibérica, o governo sabe que a concorrência fica aniquilada deste modo. A Renfe até quer. Mas é preciso proteger a CP e tudo o que ela esconde.

Felizmente, para nós os jovens, o governo socialista vai “dar” o passe mensal até aos 23 anos. Uma medida particularmente útil quando não existir fins de semana prolongados, datas comemorativas, condições atmosféricas que convidem a banhos e todas aquelas premissas que geralmente paralisam a CP.

Mas o que podemos fazer para além de pagar a CP e ter a crença exotérica de que podemos ter um acesso ao transporte ferroviário?

Pagar o combustível para ir de carro trabalhar.

Mas na televisão, dizem-nos os senhores que mandam, que temos de proteger o ambiente, que tudo é efeito do aquecimento global…que temos de compensar o dano…

O que nos resta fazer?

Pagar: ISP, ISV, IUC…

Mas não faz mal. Talvez o Estado utilize bem o dinheiro que não tive escolha em entregar.

Mas de repente noto que não há professores, nem médicos, porque houve uma escolha ponderada entre um sistema ideológico “Público” e não um olhar sobre o grande quadro que é responder às necessidades independente de quem as presta. A ideia é eliminar tudo o que possa estar fora da esfera estatal. A ideia é eliminar a concorrência e alimentar este grande monopólio “salvador e benfeitor”.

Sem professores, sem médicos… que afortunados somos se pelo menos conseguirmos optar por um sistema privado, quase ilegal para seguirmos o nosso caminho…

Mas que nos resta?

Pagar. O que usamos, e o que não usamos. Que egoísta seria não o fazer! ainda que não haja opção.

Mas o salário é tão pouco. Dos 1111€ que o patrão pagou, só vemos 946€.

Pagamos impostos que não pedimos, que servem o que não nos serve…

Mas servem para pagar aos 60 elementos do XXIII governo português, entre ministros e secretários de Estado na sua maioria redundantes, inúteis.

Dizem-nos que onde há uma necessidade, há um direito. Eu não concordo com essa premissa, porque nenhum direito artificial deve pesar nas minhas costas, porque o meu direito natural à vida permite-me o livre-arbítrio. E no livre-arbítrio de muitos nós, os jovens e até os menos jovens, lutámos contra tudo para sair de condições profundamente adversas, causadas por um
sistema que ignora o mérito.

“Não sejas egoísta, podias estar pior”.

Podia, mas também o podiam estar os 60 elementos que constituem o governo e que não preciso e este Estado Socialista pesado que sustentamos e nos obrigam a viver em casa dos pais aos 30.

E perguntamos o que poderíamos ser? o que poderíamos ter? De que forma poderíamos ajudar o mundo a avançar se o socialismo não nos cortasse as asas. Onde poderiam ir os jovens portugueses?

As únicas asas ao nosso alcance, são as de um avião, num aeroporto que reflete o país, que já não serve e nada muda, desde 1969.

Diz que tudo vai melhorar, agora que o senhor primeiro-ministro tem umas medidas novas para incentivar os jovens. E porque haveria eu de sonhar com o Reino-Unido, se os socialistas agora até me vão devolver o valor das propinas? Parece que são 697€ por ano. Quase que compensa o salário médio de £2041 do Reino Unido, para onde emigraram o ano passado 12.000 jovens como eu.

Nós os jovens, já percebemos.

Paga… que nós oferecemos.

PS: Nem gostamos assim tanto de pousadas da juventude.

Coordenação do movimento Ladies of Liberty Alliance – Portugal