Agosto é, por excelência, o mês das festas populares, do sol, do convívio e da nostalgia. É o mês de regressos e de (re)encontros familiares. É o tempo das vilas e aldeias de Portugal ficarem cheias de vida, de histórias e de emoção.
Os nossos emigrantes têm um peso material e imaterial. Material, pois, garantem que ainda existe investimento no interior. O sentimento de pertença à comunidade não se reflete apenas no mês de agosto. Durante todo o ano, a forma como os nossos emigrados cuidam dos seus “cantinhos” e espaços é uma mais-valia para os concelhos. Material, também, porque é mantida uma ligação económica aos locais. Evitar a despovoação e o abandono, tem sido dos maiores contributos dos nossos emigrantes ao longo dos últimos anos. Contudo, o maior ganho com os nossos emigrantes é, sem dúvida, o sentimento imaterial.
Com eles as nossa vilas e aldeias ganham mundo. Também elas os acompanham nas suas jornadas, fazendo com que as suas tradições, culinárias e costumes sejam conhecidos além-fronteiras. Os nossos emigrantes transportam consigo nos seus sonhos e lutas diárias a identidade de Portugal, independentemente da sua terra de origem. A magnificência de Dornes, por exemplo, é conhecida em todo o mundo não apenas pelas peças televisivas, pela internet ou pelos roteiros turísticos. Este nosso paraíso de Ferreira do Zêzere é companhia dos nossos emigrantes sempre que falam da sua origem.
É por isso fundamental respeitarmos e apoiarmos os nossos emigrantes. Honrarmos os seus esforços e estarmos presentes sempre que necessário. Defendermos medidas para o seu regresso, quando quiserem, mas também sabermos como os acolher sempre que voltam.
Quando em agosto percorremos as nossas ruas, sentimos vibrações diferentes. Sentimos alegria, comoção e vivacidade. Sentimos que estamos mais animados, mais preenchidos e mais vivos. Sentimos, acima de tudo, que os nossos territórios e comunidades estão, ainda que por breves dias, novamente completos. O regresso dos nossos emigrantes é a peça do enorme puzzle que não estávamos a encontrar.
Assim, em agosto regressou aos nossos territórios a nossa verdadeira identidade. Aquela identidade que partiu, mas nunca nos esqueceu. Aquelas pessoas que, mesmo buscando uma vida melhor noutras paragens, nunca deixaram de sonhar com a sua casa e o seu regresso.
Por isso, merecem todas as festas, afetos e carinhos. Merecem todas as honras e agradecimentos. Merecem, pois bem, que saibamos reconhecer o tudo que fazem por nós que ficámos.
Este foi um mês repleto de amizade, onde recebemos de volta quem nunca abandonou os nossos corações.