A audição do ministro da Defesa Nacional foi aprovada por unanimidade.  Nuno Melo vai dar explicações na Assembleia da República sobre a ideia, lançada na última sexta-feira, na Universidade Europa, de que o serviço militar poderá ser uma alternativa para jovens que cometem “pequenos delitos”.

As declarações de Nuno Melo não agradaram aos militares e a alguns partidos, nomeadamente à Iniciativa Liberal, que pediu a presença do ministro no parlamento.

O ministro da Defesa garantiu, citado pela agência Lusa, que “nunca, em nenhum momento, nomeadamente na Universidade Europa”, propôs “o recrutamento de pessoas em cumprimento de pena, de delinquentes, do que seja que justificou títulos muito exóticos”.

Na Universidade Europa, uma iniciativa de formação política do PSD, Nuno Melo considerou que o serviço militar poderia ser uma alternativa a instituições que, “na maior parte dos casos, só funcionam como uma escola de crime para a vida”.

“Quantos destes jovens é que, se em vez de estarem institucionalizados sem nenhumas condições pudessem cumprir um serviço militar, ter oportunidade de um exercício de formação, de autoridade, de valores, não poderiam ser, mais tarde, cidadãos muito melhores e simplesmente não lhes foi dada essa oportunidade?”, questionou, na altura.

A ministra da Administração Interna chegou a comentar a ideia lançada pelo líder do CDS e garantiu que o ministro da Defesa “falou em nome de todo o governo” e admitiu que é preciso encontrar soluções e “adaptá-las aos atuais contextos, que são muito exigentes”.

A Iniciativa Liberal anunciou, depois das declarações de Melo, que iria chamar ao parlamento o ,inistro da Defesa para dar “explicações sobre a inenarrável intenção de ter criminosos de pequeno delito a fazer serviço militar”.

Rui Rocha defendeu, nas redes sociais, que as Forças Armadas “têm de ser tratadas com dignidade. O caminho não é convertê-las em reformatório de pequenos delinquentes”.