A Comissão Executiva da Inapa afirma que “nunca foi possível” chegar a uma solução de capitalização da empresa “por indisponibilidade” do maior acionista Parpública, com quem realizou “mais de 50 contactos” para recapitalizar e reestruturar o grupo.

Na carta de despedida aos colaboradores, a que Lusa hoje acesso, a gestão recorda que a sua colaboração com o grupo “iniciou-se há vários anos, porém, foi a 5 de junho de 2023, num contexto adverso e desafiante, que se constituiu a Comissão Executiva que agora cessa funções”.

Aceitando o desafio “com o objetivo de desenvolver o negócio e criar valor”, a Comissão Executiva focou-se em iniciativas consideradas “essenciais para promover a competitividade e sustentabilidade do grupo, nomeadamente acelerando o plano de restruturação da Alemanha, dando continuidade à estratégia iniciada em 2017 em França, que produziu resultados extremamente positivos, sendo esta operação uma referência do setor em termos de rentabilidade”, lê-se na missiva.

“Retomámos também os contactos tidos entre 2020 e 2023 junto do nosso principal acionista, a Parpública, com vista a encontrar soluções para recapitalizar e restruturar o grupo” e, “ao longo deste período, realizámos mais de 50 contactos com a Parpública, entre telefonemas, ‘mails’ e reuniões, procurando uma solução de longo prazo” que permitisse afirmar a Inapa como líder europeia na distribuição de papel sólido e rentável.

Mas, “infelizmente, apesar de termos contado sempre com o apoio dos principais credores – que chegaram a aceitar uma redução de dívida muito significativa, na ordem dos 80%, numa solução conjunta com a Parpública – nunca foi possível, por indisponibilidade do maior acionista, chegar a uma solução de capitalização da empresa, que teria permitido uma significativa melhoria do balanço da Inapa e da sua capacidade de se financiar junto de fornecedores e bancos”, lamenta a Comissão Executiva da Inapa, na sua carta de despedida.