O novo líder do grupo islamita palestiniano Hamas, Yahya Sinwar, apelou hoje para uma “longa guerra de desgaste” contra Israel e para a “resistência” dos aliados pró-iranianos na Faixa de Gaza, no Iémen, no Líbano e no Iraque.
“Preparamo-nos para travar uma longa guerra de desgaste”, declarou numa mensagem dirigida aos rebeldes iemenitas Huthis, que no domingo lançaram um raro ataque com um míssil balístico contra o centro de Israel.
Na mensagem, que foi divulgada pelos Huthis, Yahya Sinwar refere-se aos grupos de “resistência” na Faixa de Gaza, no Iémen, no Líbano e no Iraque, para afirmar que vão “quebrar a vontade de Israel”.
O dirigente do Hamas felicitou o líder dos Huthis, Abdulmalik Badradín al-Huti, depois de vários fragmentos de um míssil lançado do Iémen terem caído perto de Telavive, comentando que o ataque evitou as defesas israelitas e atingiu “as profundezas da entidade sionista”.
Sinwar destacou que os ataques Huthis desferiram um “duro golpe” nas aspirações de Israel para a Palestina e para o resto da região e agradeceu o “afeto sincero” e a “vontade sólida” dos seus aliados iemenitas no campo de batalha.
Na véspera, os sistemas de defesa de Israel derrubaram um míssil lançado do Iémen, embora os estilhaços tenham feito pelo menos nove feridos e causado danos significativos na cidade de Modiin, perto de Telavive.
Os Huthis reivindicam que o míssil conseguiu viajar mais de 2.000 quilómetros em apenas onze minutos, causando “pânico e medo” entre “mais de dois milhões de sionistas” que “correram para procurar refúgio em abrigos”.
Esta é a terceira mensagem que Sinwar envia a Al-Huti desde que assumiu a liderança do Hamas, no início de agosto, após Israel ter eliminado vários altos dirigentes do grupo palestiniano.
Os Huthis, que controlam as zonas mais populosas do Iémen, lançaram ataques contra território israelita e navios supostamente com algum tipo de relação com Israel em resposta à ofensiva militar das forças de Telavive na Faixa de Gaza.
Este conflito foi desencadeado em 07 de outubro por um ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita, que provocou cerca de 1.200 mortos.
Desde então, Israel lançou uma grande ofensiva na Faixa de Gaza, que já deixou mais de 41 mil mortos, na maioria civis, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, um desastre humanitário e desestabilizou todo o Médio Oriente.
Além dos Huthis, o movimento xiita libanês Hezbollah e grupos armados iraquianos – todos aliados do Irão – intensificaram as suas ações militares contra Israel.