O sector imobiliário, nomeadamente o segmento da habitação será um dos principais desafios que o próximo governo terá de enfrentar, sendo que o cenário não se afigura de todo fácil dadas as circunstâncias com que o mercado tem lidado nos últimos tempos.
Ao Novo, o presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária (APEMIP), Paulo Caiado, defende que o primeiro passo do novo executivo será o de “agilizar os processos que permitam incrementar a oferta em segmentos de valor mais baixo”, tendo o governo presente que tal será só possível com a intervenção do Estado.
“Podem intervir em diversos aspetos: com a disponibilização de parte do seu património, de terrenos, isenção fiscal para construção a custos controlados, com parcerias público-privadas”, refere, salientando que o fim de medidas como o fim dos vistos gold, do regime do Residente Não Habitual (RNH) e as limitações do Alojamento Local (AL), podem ter gerado “boas notícias, mas não geram quaisquer resultados suscetíveis de terem impacto no mercado”.
Sobre o balanço da habitação durante a liderança socialista nos últimos anos, o líder da APEMIP, considera que o que faltou foi, no fundo, um planeamento estratégico que deveria ter tido a capacidade de identificar aspetos tão óbvios e as consequências que eles iriam gerar. “Nos últimos dez anos foram edificados menos 700 mil imóveis, quando comparamos com a década anterior”, conclui.
Jornal Económico
Artigo publicado na edição do NOVO de 9 de março