Segundo a mesma informação, na quinta-feira a mortalidade foi “muito acima do esperado”. Morreram 448 pessoas, um valor que não era alcançado para o mesmo dia desde o primeiro ano da pandemia em Portugal (2020), quando no dia 28 de dezembro se registaram 453 óbitos.
A informação disponível no SICO indica ainda que nos últimos sete dias se registaram 325 óbitos em excesso. A mortalidade em excesso é aquela acima do esperado pelas autoridades para o mesmo dia. As autoridades consideram que há excesso de mortalidade, face ao esperado, desde o dia de Natal, contudo, no dia 24 de dezembro morreram mais pessoas (415) no que no mesmo dia nos últimos sete anos (449 óbitos em 2016). O excesso de mortalidade manteve-se depois do Natal, ficando 27% acima do esperado a 26 de dezembro, dia em que morreram 470 pessoas, o número mais elevado dos últimos 10 anos.
No dia 27, o sistema registou um excesso de 21,1% na mortalidade, com 449 óbitos, um número que, para o mesmo dia, só foi ultrapassado em 2016. Segundo o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), a incidência de gripe apresentou uma tendência crescente na semana de 18 a 24 de dezembro, tendo sido identificados 910 casos positivos, 837 dos quais do tipo A. Desde o início de outubro “foram detetados 85 casos de com infecção pelo vírus da gripe e SARS-CoV-2”, segundo o último Boletim de Vigilância Epidemiológica.
Os casos de gripe têm ajudado a lotar as urgências dos hospitais, sobretudo na região de Lisboa, onde esta semana já se verificaram tempos de espera para doentes urgentes a rondar as 18 horas. Para responder ao pico de procura, também a Linha SNS 24, que recebeu 204 mil chamadas em dezembro, vai abrir dois novos centros de atendimento.