A temporada de festivais de verão de 2024 vai ser mais forte, algo que acontece sempre que é ano de Rock in Rio Lisboa, como sucede no próximo ano. Ainda para mais trata-se de uma edição especial que comemora os 20 anos de existência do Rock in Rio Lisboa. Desde que chegou a Portugal em 2004, o Rock in Rio ganhou o seu espaço, cresceu de forma paralela à indústria dos festivais e estabeleceu uma relação umbilical com o público português. “Imaginar hoje jovens de 20 e poucos anos que não conhecem Portugal sem Rock in Rio e que sabem que a cada dois anos o Rock in Rio volta a Portugal, que traz este gostinho internacional para vivermos”, diz Roberta Medina, abordando essa ligação com as pessoas.
Por isso, a próxima edição do Rock in Rio Lisboa vai celebrar a música, mas também vai celebrar “memórias, sentimentos”. “Queremos celebrar essa relação que foi construída, essa riqueza de um mercado potente que se desenvolveu e, acima de tudo, essa relação emocional que existe com quase três milhões de pessoas que viveram esta experiência ao longo dos últimos 20 anos. Está tudo a ser construído para isso, para nos reencontrarmos celebrando o privilégio que é estarmos juntos há 20 anos”, confidencia ao NOVO a vice-presidente do Rock in Rio.
A edição de 2024 do Rock in Rio Lisboa vai decorrer durante quatro dias – 15, 16, 22 e 23 de junho. Nesta edição o festival muda-se do Parque da Bela Vista para o Parque Tejo. Este é um dos aspetos que vai assinalar a edição do próximo ano. O espaço será mais amplo, o que vai permitir à organização proporcionar uma experiência de maior conforto e com mais instalações das quais as pessoas poderão usufruir. Como Roberta Medina frisa, “uma das principais marcas desta edição vai ser de facto a surpresa do público com a magnitude e a beleza do espaço, mas, acima de tudo, com a mudança da experiência”. Uma experiência que acredita que será “muito mais positiva para o público”.
No que diz respeito à música, o line-up ainda não está completo, mais novidades surgirão, principalmente em janeiro. Ainda assim está bastante completo e é diversificado, como costuma acontecer no Rock in Rio. No alinhamento atual destacam-se nomes como o de Ed Sheeran, Scorpions, Doja Cat, Camila Cabello, Fernado Daniel, ou os Xutos & Pontapés e Ivete Sangalo, cuja ligação ao festival e ao público português tem muitos anos.
Uma das grandes novidades da próxima edição é a Rota 85, que vai dar a conhecer ao público a história do festival e oferecer atividades que prometem enriquecer a experiência de quem for ao Rock in Rio: fotografar vários elementos cenográficos gigantes, assistir a um pequeno filme documental do festival no cinema da Rota 85 e até celebrar a sua união numa capela bem ao estilo de Las Vegas. “O que é a capela? É materializar o quanto o festival faz parte da vida das pessoas. Se resumirmos o festival só à soma de muitas histórias de vida vai ouvir coisas como ‘conheci o meu namorado no Rock in Rio, fui pedida em casamento, casei, estava grávida, fui com os meus filhos’. Há sempre uma história familiar e pessoal muito rica”, sublinha.
20 anos de memórias
Muitas pessoas têm memórias do Rock in Rio Lisboa nestes 20 anos. Uma dessas pessoas é a própria Roberta Medina, motivo pelo qual o NOVO a convidou a partilhar algumas dessas memórias. “A construção no início, que é a base de tudo, foi muito desafiante, porque não tínhamos referências no país”, começa por dizer. “A nossa relação com a Câmara Municipal de Lisboa, que foi sempre muito recetiva, e já passámos por tudo quanto é cor política, não tem a ver com isso, tem a ver com o reconhecimento de valor de facto da cidade, comunicação internacional, trazer um produto internacional para Lisboa, numa altura em que a pergunta era ‘o que vocês vão fazer para Lisboa?’. Hoje dizem ‘eu quero ir para Lisboa’. Então são 20 anos de Lisboa e de Portugal com uma perceção internacional muito diferente, é muito bacana de ver a evolução que o país teve nesse sentido”, refere, recordando um momento na primeira edição. “Lembro-me de ver o concerto dos Xutos & Pontapés, sem ter expetativas, não sabia bem o que era e vi a Cidade do Rock toda a pular. Que coisa bonita! Como o mundo é muito maior do que o nosso quintal, e isso é muito poderoso”.
Artigo publicado na edição do NOVO de 30 de dezembro